Na expectativa

Tainha: mesmo com cota, pescadores de Balneário Rincão aguardam boa safra

Presidente da Colônia Z-33 acredita que medida impactará pouco a captura no município

Por Lucas Renan Domingos - lucas.domingos@engeplus.com.br

Em 17/04/2025 às 15:50
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Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom GOVSC

Mesmo com o embate jurídico sobre a cota da tainha em Santa Catarina, a expectativa dos pescadores da Colônia Z-33 de Balneário Rincão é positiva. Na região, a média de captura é de 120 toneladas do peixe durante a safra, número que eles esperam alcançar em 2025.

A pesca da tainha é permitida entre os dias 1º de maio e 31 de dezembro na modalidade de arrasto de praia, a mesma praticada pelos pescadores da Colônia Z-33. Mas é entre os meses de maio e julho que ocorre o maior volume de captura, quando ocorre a migração da espécie. As tainhas saem da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, e seguem em direção ao Norte. É neste período que os pescadores aguardam a chegada dos cardumes próximos à praia para poderem cerca.

São 500 famílias associadas à colônia que utilizam nove canoas ou realizam a captura com redes menores, sem a necessidade de uso de embarcações. No ano passado foram contabilizadas 70 toneladas pescadas, abaixo do esperado.

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“Neste ano estamos com uma expectativa boa. Há muita tainha e papa-terra na lagoa dos patos. Esperamos nos aproximar da média, mas sabemos que é muito difícil contabilizar o a quantidade correta de peixes. Há muitas famílias que utilizam a pesca desembarcada, com as redes menores. Os números calculados geralmente são das canoas”, explicou a presidente da Colônia Z-33, Maria Aparecida Luciano, a Cida da Colônia.

Ela não acredita que os pescadores da região sejam impactados pela cota estabelecida pelo Governo Federal para a pesca da tainha. Pela primeira foi definida um limite de captura para a modalidade de arrasto de praia, ficando em 1,1 mil toneladas no território catarinense. A medida é válida somente para Santa Catarina.

“A nossa cota média é pequena. Eu acredito que aqui na nossa colônia não vamos ter problemas e também acho que não terá prejuízo no estado. Um valor de 1,1 mil toneladas para a modalidade de arrasto de praia é bastante coisa. E quem vive da pesca extrativista precisa entender que para ser mantida a pesca da tainha é preciso haver um controle”, afirmou Cida.

O Governo de Santa Catarina tenta derrubar a portaria publicada pelo Governo Federal que limita a captura do peixe para a modalidade de arrasto de praia. Um processo está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda a decisão do ministro Gilmar Mendes. O Estado defende que a medida válida somente para os pescadores catarinenses é “discriminatória”. 

O secretário de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina voltou a se manifestar sobre o tema. Na rede social (veja vídeo abaixo), ele publicou um vídeo onde pescadores falam sobre a cota. “Esperamos que o STF reverta essa injustiça e perseguição contra nossos pescadores e contra o povo catarinense, sobretudo considerando que a tainha não é uma espécie ameaçada no Brasil, tampouco consta na Lista Vermelha da IUCN, que avalia espécies em nível global. A pesca de arrasto de praia da tainha é significativa também em outros estados brasileiros, mas a restrição foi imposta somente ao pescador catarinense”, disse o secretário.

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