Operação Caronte

Justiça revoga a prisão preventiva de Clésio Salvaro e Bruno Ferreira

Decisão foi publicada nesta quinta-feira pela desembargadora Cinthia Schaefer

Por Lucas Renan Domingos -

Em 26/09/2024 às 16:33
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Foto: Thiago Hockmüller e Rafaela Custódio

A Justiça determinou a revogação da prisão do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, e do ex-secretário de Assistência Social do município, Bruno Ferreira. A decisão da desembargadora Cinthia Schaefer foi publicada na tarde desta quinta-feira, dia 26. Ela é relatora do processo da Operação Caronte, que investiga irregularidades e ilicitudes na licitação de concessão da Central Funerária.

O prefeito e o ex-secretário usarão tornozeleira eletrônica por 90 dias, não poderão ter contato com testemunhas e outros denunciados, não poderão fazer uso de rede social e conceder entrevistas, não poderão acessar a Prefeitura de Criciúma e qualquer outro órgão público municipal e ficarão afastados dos seus cargos públicos pelo prazo de 120 dias. Dessa forma, Salvaro não retornará ao seu mandato, que encerra no fim do ano.

Além do prefeito e de Bruno Ferreira, outras dez pessoas que estavam presas preventivamente por conta das investigações foram liberadas, entre elas estão dois funcionários da prefeitura. Eles também terão restrições. 

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“Todos os citados ostentam predicados pessoais favoráveis, isto é, são primários, possuem residência fixa e renda lícita. Depois, porque a investigação está encerrada, a denúncia foi ofertada e eles já apresentaram defesa preliminar. Esse novo cenário, no meu entender, garante a eficiência das medidas cautelares alternativas para preservar os valores jurídicos protegidos pela lei penal, notadamente a ordem pública e a instrução criminal”, diz parte da decisão da desembargadora.

Entenda a operação

A Operação Caronte, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac) apura crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.  

Bruno Ferreira está preso desde o dia 5 de agosto, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, que cumpriu sete mandados de prisão preventiva, incluindo a de Ferreira, e 38 mandados de busca e apreensão . Ele está detido no presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Já Salvaro foi detido durante a segunda fase da Operação Caronte, deflagrada no dia 3 de setembro. Outras nove pessoas também foram detidas. No despacho, a desembargadora relatora apontou supostas interferências do prefeito nas investigações.

Em um vídeo publicado no momento de sua prisão, Salvaro se manifestou e tratou a sua detenção como um ato político. “Eu tenho certeza da minha inocência. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada que possa me incriminar, exceto a liderança que exercemos na política, exceto esse poder de transferir o voto, exceto a certeza de que vamos vencer as eleições”, disse.

Já Ferreira emitiu uma nota depois de sua prisão. Ele tratou as denúncias como ‘infundadas e absurdas’. “Recentemente, as investigações envolvendo empresas funerárias acabaram por respingar injustamente em minha pessoa, gerando acusações infundadas e absurdas. Quero tranquilizar a todos que estou bem e forte. Acredito firmemente na justiça dos homens e tenho a convicção de que serei inocentado de todas as acusações”, afirmou.

 

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