Opinião

Criciúma tem curso superior público e gratuito e pode ter mais

Câmpus passará a oferecer o curso de Engenharia Civil a partir do primeiro semestre de 2018

Por Redação

Em 06/03/2017 às 07:00
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Lucas Dominguini *

Em artigo publicado na última quinta-feira (2) no Portal Engeplus, o economista Ademar José Fabre faz uma pertinente reflexão sobre a importância do ensino superior público e gratuito em Criciúma, trazendo dados sobre o desenvolvimento econômico e sobre a concentração de estudantes de ensino médio, que justificam a existência de estabelecimentos de ensino público e gratuito na região carbonífera.

A reflexão é muito importante porque toca num ponto fundamental, qual seja, a necessidade de nossa região ser atendida cada vez mais pela rede federal de ensino superior. Cabe, porém, um esclarecimento ao artigo.

Embora o autor se refira a universidades, cabe esclarecer que Criciúma já possui uma instituição federal de ensino que oferece cursos superiores públicos e gratuitos. Essa instituição é o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), que em Criciúma possui um de seus 22 câmpus espalhados em 20 cidades catarinenses.

Fundado em 2010, o Câmpus Criciúma do IFSC surge a partir da segunda etapa do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, iniciado em 2007 pelo Ministério da Educação. Entre os critérios que nortearam a expansão na rede, a distribuição territorial, a cobertura do maior número possível de mesorregiões e a relação com os Arranjos Produtivos Locais fizeram com que Criciúma recebesse uma unidade do IFSC.

Em março de 2008, a comunidade indicou, em audiência pública, alguns cursos que seriam de interesse regional, de modo a formar mão de obra qualificada para a indústria de nossa região. Neste sentido, hoje o Câmpus Criciúma atua em três eixos: Edificações, Química e Mecatrônica / Eletrotécnica.

O Câmpus Criciúma oferece cursos técnicos em Edificações, Mecatrônica e Química, na modalidade integrada ao Ensino Médio, e cursos de Edificações e Eletrotécnica para quem já concluiu o Ensino Médio, além de uma gama de cursos de qualificação profissional de curta duração.

Dentro dos eixos tecnológicos definidos, o Câmpus Criciúma oferece ainda o curso superior de Licenciatura em Química, atendendo à missão da instituição de formar docentes em áreas em que há carência de profissionais, e o curso de Engenharia Mecatrônica. Ambos os cursos têm entrada anual de 40 alunos, metade pelo vestibular e metade pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A formatura das primeiras turmas ocorrerá em 2019.

A estes dois cursos, somar-se-á a terceira graduação do IFSC em Criciúma. O Câmpus passará a oferecer o curso de Engenharia Civil a partir do primeiro semestre de 2018, com processo seletivo a ser realizado no segundo semestre deste ano, de modo que os três eixos tecnológicos serão "verticalizados", com ofertas tanto de cursos técnicos quanto de cursos de graduação.

A oferta da Engenharia Civil já foi aprovada pelo Conselho Superior do IFSC (Consup) em 2016 e, neste momento, o projeto pedagógico encontra-se em fase de validação nas instâncias internas da instituição.

Em breve, portanto, teremos não apenas dois, mas três cursos superiores da rede federal, publicos e gratuitos, a atender a demanda tão bem apontada no artigo com o qual estamos dialogando. Isso representa não apenas oportunidades para nossos jovens, que podem permanecer na região após a conclusão do Ensino Médio, e mesmo para estudantes que vêm de outras localidades do Brasil residir em Criciúma e estudar em nossa instituição. Representa também um investimento público na cidade.

O orçamento do IFSC Câmpus Criciúma em 2016 foi de aproximadamente R$ 11 milhões, sendo que 70% foram destinados à folha de pagamento. A execução financeira foi de R$ 3,385 milhões, divididos em R$ 1,17 milhão para capital, R$ 1,6 milhão para custeio e R$ 611 mil para a assistência estudantil. É um recurso que, de diferentes maneiras, acaba sendo revertido para Criciúma.

Contamos atualmente com 63 professores, a grande maioria mestres, doutores e com pós-doutorados, e 41 servidores técnicos administrativos. No momento, estudam nos diferentes cursos aproximadamente mil alunos, sendo que o Câmpus Criciúma do IFSC já formou 1,5 mil alunos desde sua fundação.

Recentemente, em fevereiro passado, realizamos a nossa maior formatura até então, entregando à sociedade 151 técnicos e técnicas em Edificações, Mecatrônica e Eletrotécnica.

Estamos trabalhando por mais. No momento, a direção do Câmpus Criciúma estuda a viabilidade da ampliação física da instituição, com a construção de um novo bloco, justamente para atender a oferta do terceiro curso de graduação. Em breve, esperamos ter novidades, não apenas com relação à ampliação física do Câmpus, mas quanto à oferta de um novo curso de graduação, federal, público, gratuito e conectado às demandas sociais e econômicas da região carbonífera.

Um panorama do Câmpus pode ser visto no vídeo institucional que finalizamos no começo deste ano neste endereço.

* Lucas Dominguini é doutor em Engenharia Química (2015) pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Educação (2010) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e licenciado em Química (2005), com habilitação em Química e Física, pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). É professor e diretor-geral do câmpus Criciúma do IFSC.

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