Por Amanda Garcia Ludwig - amanda.garcia@engeplus.com.br
Em 13/10/2023 às 15:13Não há dúvida de que o desenvolvimento econômico de uma região tem como aliada uma boa comunicação. Há alguns anos o Sul de Santa Catarina vem se tornando referência na promoção de eventos que impactam de forma positiva tanto a economia regional quanto a estadual. Feiras como a AgroPonte e CasaPronta já entraram para o calendário catarinense e se tornam referências, recebendo visitantes e expositores do Brasil inteiro.
Se procurarmos relacionar e interligar estas feiras com o fortalecimento da comunicação regional, chegamos a um importante nome: Willi Backes, diretor da NossaCasa Feiras e Eventos. Pensando nisso, o Personalidades do Sul do Portal Engeplus conversou com o diretor. Nesta entrevista, Backes conta como tudo começou, em Forquilhinha (SC), e como foi seu trajeto até se tornar a referência que é hoje.
O caminho que trilhou do passado aos dias atuais: linha do tempo
Nascido em Forquilhinha, Willi foi um viajante pelo Brasil. "Saí da região bem jovem, estudei no seminário em Ituporanga. Era o normal, filhos de colonos iam para o seminário. Era uma forma de educação. Depois voltei, saí do seminário, e fiz o Científico no colégio Michel, em Criciúma", relata.
A partir daí, Willi partiu para Camboriú, onde estudou na Escola Técnica Agrícola Federal. "Depois fui para o Norte do Paraná, em uma sociedade com meu irmão. Foi onde começou meu relacionamento com o agronegócio. Tínhamos um escritório de representações que vendia colheitadeiras, sementes e adubos", conta Backes.
Apesar de viajar o Brasil, o retorno para casa estava sempre em seu planejamento. Ele chegou a retornar para Criciúma para se formar em Educação Física pela Unesc. Depois disso, foi ao Paraná, onde iniciou sua trajetória na comunicação. "Lá trabalhei com Marketing, em Maringá (PR), e atuei na área de comunicação com a TV Cultura. Estive no projeto de ampliação de sinal da emissora, em contato com prefeituras. Na época, a TV levava o sinal até Campo Grande e Cuiabá. Fazia a retransmissão. E eu cuidava dessa parte do sinal, das torres."
Em 1978 surgiu a oportunidade para que Willi retornasse novamente ao Sul de SC, desta vez como parte do grupo RBS, que também estava chegando ao estado. Backes foi o primeiro contato de vendas da emissora em Santa Catarina, e trabalhou com o grupo por quatro anos e meio. "Meu trabalho era montar o sistema de radiação de TV para o Sul do estado. Essa repetidora existe até hoje, em Imbituba, Tubarão, no Morro do Maracajá... depois, montamos a sucursal da RBS em Criciúma."
Disso, Backes teve oportunidades que o levaram a trabalhar com o mercado da publicidade e propaganda. "Quando saí da RBS, trabalhei por dois anos com a então agência Propague. Foi quando construí relacionamento com grandes empresas, supermercadistas, ceramistas. Foi aí que me senti instigado a ter um negócio próprio, e montamos a NossaCasa Assessoria Mercadológica, em 13 de maio de 1985", conta.
O início das feiras no Sul de SC
Para Backes, o caminho que levou do marketing à realização de eventos foi natural. "Os eventos são uma das ações do marketing. Durante o período em que tive a agência surgiram oportunidades de organizar a participação de clientes em feiras e eventos nacionais e internacionais. Aí, surgiu a necessidade de buscar um conhecimento e especialização", relata.
A realização das feiras teve início, especificamente, em 1999. Antes disso, entre 1985 e 1999, a agência de Willi Backes trabalhava com assessoria mercadológica e atuava em eventos como Festa do Colono e Exposul. Desde então, a empresa já realizou feiras como a Tecnometal - Metalmecânica e Metalurgia (2001), a Fecarga, o Enmoda e a Feiver. "Em 2003, iniciamos a CasaPronta", conta Backes.
Willi Backes conversa com expositores durante a AgroPonte 2023. Foto: Vinícius A. Fabrício | Traquejo Comunicação
Atualmente, a NossaCasa Feiras e Eventos realiza as já consolidadas AgroPonte - em Criciúma - e CasaPronta - com edições em Criciúma e Tubarão. Agora, a empresa pretente retormar uma feira que já teve cinco edições: a Fecarga. "Temos outros projetos de ampliação da AgroPonte e da CasaPronta. Estamos expandindo. Queremos, também, de certa forma, retomar a MetalMecânica. É uma ideia e sonho nosso."
Os desafios que unem gerações no passar do tempo
Com grandes feiras já consolidadas no calendário catarinense, Willi Backes estuda a perspectiva de crescimento do segmento de eventos na região Sul. Para isso, o diretor avalia que entidades públicas e privadas terão desafios a combater. O principal deles? Pensar na criação de um Centro de Eventos para Criciúma. "Temos um baita Pavilhão de Exposições, mas não temos o Centro de Eventos. Existe uma oportunidade latente de fazer um grande projeto, um novo centro de desenvolvimento para Criciúma e região", destaca.
Backes explica que a empresa é instigada a realizar eventos em outros locais de Santa Catarina. Mas antes de tomar uma decisão como essa, é necessário um estudo que mostre a possibilidade real de que exista um local adequado para receber uma feira. "Se considerarmos a AgroPonte, por exemplo, hoje em dia usamos três hectares para a exposição. Seriam necessários outros três hectares para o estacionamento. Estamos falando em 60 mil m². Não é fácil. Não existe esse local em Santa Catarina. Teria que ser construído", avalia.
O diretor da NossaCasa explica que atualmente, Criciúma enfrenta alguns gargalos [em especial no trânsito]: Pavilhão de Exposições, Estádio, Corpo de Bombeiros, Rodoviária e outros. "Tudo isso cabe em um projeto só. Criciúma, geograficamente, sugere que o desenvolvimento seguirá em direção à BR-101, no Sul da cidade. Temos a rodovia Luiz Rosso e a Via Rápida. Entre estes dois acessos, cabe um grande projeto [de um Centro de Eventos] de desenvolvimento para a cidade."
Willi Backes durante a construção do Pavilhão de Exposições José Ijair Conti, espaço que recebe atualmente a AgroPonte e a CasaPronta. Foto: Arquivo pessoal
Para que este projeto tomasse forma seria necessário, segundo Backes, que uma entidade ou liderança assumisse o desafio - pensando no longo prazo. "Não é um projeto para ser resolvido em pouco tempo. Em sete anos vamos comemorar o sesquicentenário de Criciúma. Já está em cima, não podemos mais pensar nele. Agora, precisamos pensar no Bicentenário de Criciúma. O que vamos entregar para nossas futuras gerações quando comemorarmos 200 anos? É um desafio sobre o qual as entidades de Criciúma precisam se debruçar, fazer um projeto. Para que as próximas gerações venham a construir o que nossa geração idealizou", afirma.
O segredo para uma história de sucesso? Relacionamento
Durante a entrevista, foi possível perceber que um aspecto específico permeia a trajetória de Backes: o relacionamento profissional com outras pessoas e entidades. E isso é um dos principais ensinamentos que Backes transmitiu aos filhos, que hoje são seus sócios na empresa. "Relacionamento é a alma. É tudo. Hoje quando vou fazer um evento, sei exatamente quem vou acionar. Existe toda uma cadeia que você mobiliza em um chamado. E isso é fundamental. Leva tempo para construir e chegar a este ponto."
Backes explica que na construção de grandes eventos são envolvidas diversas entidades - tanto privadas quanto públicas. "Usamos muitos chapéus aqui. Principalmente em questão de órgãos públicos, que a cada dois anos tem alterações e precisamos remontar os relacionamentos. O relacionamento é uma construção. Sempre digo aos meus filhos que este é o maior capital que posso deixar para eles. Não é ganhar ou perder dinheiro, mas o relacionamento que temos com estas entidades", conclui.
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