Por Lucas Renan Domingos -
Em 15/09/2023 às 19:44A Polícia Civil de Santa Catarina considera como concluída as investigações sobre o sequestro de uma menina de 11 anos na madrugada do dia 23 de agosto de 2023, no bairro Pio Corrêa, em Criciúma. Seis pessoas foram apontadas como participantes da ação criminosa. Todas foram identificadas e presas, duas delas já preventivamente.
O plano teria sido arquitetado por um jovem de 28 anos, que foi preso na última quarta-feira, dia 13. Ele foi um dos cinco suspeitos que atuaram na captura da menina. A namorada dele também participou da ação e foi detida. A apuração da Polícia Civil aponta que não há indícios de mais envolvidos no crime e que a motivação foi exclusivamente com o objetivo de obter vantagem financeira.
Um dos suspeitos foi preso ainda enquanto o sequestro estava em andamento, no bairro Brasília. Outros dois foram detidos no dia 1º de setembro, com o andamento das investigações e mais três entre os dias 13 e 15 de setembro.
“Entre os presos o mentor e a namorada, que estavam com a menina no veículo em que ela era mantida refém, um identificado de ser o ‘gerente’ do crime, sendo o responsável por cooptar os três executores da ação, que também foram detidos”, disse o delegado Anselmo Cruz, titular da Delegacia de Roubos e Antissequestros da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Dras/Deic).
As autoridades policiais também afastaram qualquer possibilidade de envolvimento de pessoas próximas da família da vítima e de que a motivação tivesse relação com as empresas do pai da menina.
“O grupo que foi preso foi quem arquitetou e executou o sequestro. Não tem mais nenhuma outra pessoa envolvida. Não tem nenhuma relação contratual referente à empresa da família. A investigação concluiu que todos que foram presos atuaram em conjunto, alguns com uma liderança maior dentro do grupo e outros apenas executaram o que foi ordenado. Todos são daqui da região. Todos estão identificados e foram encaminhados para o sistema prisional”, enfatizou o delegado Yuri Miqueluzzi, da Divisão de Repressão a Roubos da Divisão de Investigação Criminal (DRR/DIC) de Criciúma.
Desmantelamento do plano teria motivado a entrega da criança
A menina de 11 anos foi entregue 24 horas depois de ser levada pelos criminosos. A vítima foi entregue para um advogado na cidade de Torres e levada até a base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Araranguá, onde foi entregue para os policiais civis.
A Polícia Civil acredita que a liberação da vítima foi motivada por conta do enfraquecimento do plano. No celular de um dos investigados a Polícia Civil chegou a identificar uma pesquisa em uma página de busca com a pergunta: “Antisequestro da Polícia Civil funciona?”.
“Houve a confissão de praticamente todos os presos. O mentor foi quem apresentou versões mais controversas, mentiu em alguns momentos. Parte dos investigados falaram que foram contratados para a ação, mas não sabia que seria com criança. Achavam que seria apenas um roubo. Ao longo da investigação, parte do grupo, vendo a situação, acabou desistindo do plano e se escondendo. No fim sobrou só o mentor e a namorada sem todos os recursos que tinham planejado e isso pode ter motivado eles a desistirem e entregar a menina”, falou Cruz.
Questionado sobre a participação do advogado, a Polícia Civil garantiu que não há nenhuma participação do profissional criminalista no crime. “Ele demonstrou uma motivação pessoal em querer ajudar, dizendo que houve recados entre criminosos, não especificamente dos envolvidos no crime, de que era um crime envolvendo criança que não daria certo e que era melhor libertar. Os autores do crime não confirmaram que houve a participação direta do advogado na liberação da menina, que veio alguma ordem para eles fazerem isso. Eles apresentaram uma desistência partindo da vontade deles mesmo”, pontuou o delegado titular da Delegacia de Roubos e Antissequestros da Dras/Deic.
Os seis presos vão responder por crimes de extorsão mediante sequestro, com agravante do crime ter envolvido criança e por ter durado mais de 24 horas, e por associação criminosa. Se condenados, cada um deles pode pegar mais de 20 anos de prisão.
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