Por Mateus Mastella
Em 11/11/2021 às 08:30Após terminarmos a transmissão de Criciúma x Ituano, com um empate sem gols, e acompanhar a derrota do Paysandu contra o Botafogo da Paraíba, saímos da cabine de imprensa do Heriberto Hülse eu (Didé Fontana), Mateus Mastella, Emerson Crippa, Fabrício Junior, Aderson Amboni, Beto Locks e Ronald Cipriani cabisbaixos com a igualdade que escrevia na cara do torcedor: tem tudo para ser mais um ano na Série C.
Nesta série de crônicas, permitam-me escrever em primeira pessoa. Aqui quem vos fala é o Didé Fontana, do Tabelando, que esteve junto de Mateus Mastella e Emerson Crippa na cobertura do acesso em Belém. Aqui, contarei tudo que testemunhei e vivenciei nessa viagem histórica, com bastidores, emoções e tudo o que gira em torno do Criciúma Esporte Clube.
O Criciúma precisaria vencer e torcer para uma combinação de resultados para conseguir o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Com a situação, tudo seria decidido na última rodada, na outra ponta do Brasil.
Tabelando e Engeplus presentes
O jogo seria tudo ou tudo, e o Tabelando com a Engeplus, depois de conversas e decisões, um dia após o empate contra o Ituano, comprou a passagem para Belém, e lá vinha a equipe toda se preparando para uma super cobertura no dia do acesso em Belém.
A semana foi de muita agitação nos bastidores, com rumores de um time comprando o outro na rodada final. Era Botafogo pagando o Paysandu aqui, Criciúma pagando ali, e tudo girou em torno de rumores atrás de rumores, que no fim não deu em nada e prevaleceu apenas o futebol.
Até a imprensa catarinense virou alvo, após um dos nossos colegas de outro veículo ter sido interpretado de uma forma, quando opinou sobre a possível “compra de adversário”. Tal posicionamento colocou até o clube na mira dos Paraíbas, que dependiam de um resultado negativo do Tigre.
Rumo a Belém
Saímos de Criciúma na quinta-feira as 23 horas. Eu, Mastella e Crippa fomos com o Guedes, ou melhor, Guedão, rumo a Belém. Primeiro, aeroporto de Florianópolis.
Chegamos cedo, tomamos café ainda noite e já iniciamos a resenha com o Canella e o Cleitão (do Arquibancada Tricolor). Eles iriam em um voo de Porto Alegre, mas nos falamos pelo celular mesmo.
Entramos no avião rumando a Brasília. Duas horas no ar, descendo na capital federal, o próximo voo seria logo em seguida, era se virar nos 30 para pegar o próximo avião. O voo de Brasília a Belém durou duas horas chegando na capital paraense antes mesmo do almoço! A velocidade que percorremos de Floripa a Belém foi surreal, quem imaginaria que sairíamos as 5 da manhã de Santa Catarina e chegaríamos as 10 no outro extremo do Brasil? Pois foi isso mesmo, a logística foi ligeira.
A cidade de Belém
Para começar, o calor imenso, mas suportável graças ao ar condicionado. Primeira coisa ao sair do aeroporto, um táxi e um detalhe: todos os taxistas que pegamos estavam cientes da situação do Tigre e davam como certo a vitória Carvoeira.
O primeiro taxista que nos levou ao hotel em que o Criciúma estava hospedado era um português, torcedor fanático da Tuna Lusa, um dos três principais clubes da cidade, junto ao Remo e Paysandu.
Ao chegar no hotel, encontramos o Dr. Marcelo Beirão, trocamos uma ideia, e o Guedão pediu para o Mastella apresentar o goleiro Gustavo, dito e feito. Depois de guardarmos as coisas nos quartos, fomos andar pela cidade em busca de algo para comer.
Além do calor, notava-se sujeira por toda parte, seja na calçada, estrada. As próprias calçadas são cheias de armadilhas, é preciso ter muito cuidado ao andar por lá. A divisa entre a calçada e a estrada é composta por buracos, sendo assim, todo cuidado é pouco até para andar.
A cidade é uma capital com 2 milhões de habitantes, mas não é aquelas capitais a lá metrópole, cheias de prédios, e sim uma cidade conservada, com um clima raiz e todos muito receptivos. Muito arborizada e com estabelecimentos, prédios e estruturas conservados até de séculos atrás, porém, com muita sujeira e paredes por rebocar, por exemplo.
Após uns 10 minutos de andanças encontramos um grupo de taxistas e perguntamos sobre um restaurante, eis que um falou: “aqui tem uma churrascaria”. Ufa, agradeci e disse: “vamos todos para a churrascaria então”, assim dava para se sentir em casa comendo churrasco no norte do país. A refeição foi daquelas, sendo que me senti no sul com a comida de lá, churrasco de qualidade.
Terminamos o almoço, voltamos ao hotel e o taxista dessa vez nos surpreendeu. Fanático torcedor do Paysandu, sabia de toda a situação do Criciúma, tanto de 2020 quanto de 2021, e assim como todos que falavam de futebol, diziam a mesma coisa: o Paysandu está entregue.
Proximidade com o clube
Chegamos ao hotel e, a princípio, iríamos descansar e fazer turismo no restante da tarde, não deu, pois o teve treino do Criciúma e o Guedes acabou indo ao treino, como patrocinador do clube, já que seria de portões fechados. Confesso que acabei indo também, fui como patrocinador e não como imprensa, Mastella e Crippa foram dar uma volta na cidade.
Na saída do hotel, os jogadores se dirigiam ao ônibus e encontrei o Cleiton Ramos e o Canella. O Cleitão foi com a delegação assistir ao treino e fazer registros para o documentário. O Executivo de Futebol, Juliano Camargo, ali apareceu, assim como o assessor de imprensa, Celso da Luz.
Fomos eu, o Guedes e o Canella de táxi até o estádio da Tuna Lusa assistir ao treino. Chegando lá, conversamos com Juliano Camargo, e trocamos uma ideia com o pessoal da Tuna Lusa, que ali estavam. O treino (agora pode contar, pois já passou) foi mais uma atividade quase que recreativa, chutes a gol, troca de passes, elenco se reunindo para discutir estratégias, coisas do tipo.
Ao final do treino, conversamos com o preparador físico, Willian Hauptman, assim como o técnico Cláudio Tencati. Ainda tive o privilégio de voltar no ônibus do clube e o mais legal disso tudo foi ver, na chegada ao hotel, os jogadores descendo com o clima de resenha, todos animados.
No ônibus, onde estava com o Cleitão, conheci o seu Cesário, mordomo e patrimônio do clube. “Eu tenho mais história do clube do que o museu”, dizia seu Cesário.
A noite, ainda realizamos um programa linkando com Criciúma, Mastella, eu e Crippa do hotel em Belém, e Marco Búrigo, Beto e Aderson de Criciúma. Para variar, aquelas tretas do Beto e do Aderson que eu e o Mastella não se aguentamos e rimos direto no ar. Terminado debate, fomos jantar e descansar, pois o dia seguinte seria o dia D.
Chegou o dia D
Após uma boa noite de sono, com oito horas bem dormidas, fomos tomar café da manhã antes de fazer turismo. Na hora do café, encontramos o único jogador do Tigre que lá estava, sozinho, concentrado. O goleiro e capitão Gustavo nos passava confiança e segurança conversando conosco, demonstrando estar firme e forte no objetivo do acesso.
Tencati e Juliano apareceram por ali, e combinaram com o Guedes de ele trazer as castanhas do Pará para eles. Saímos do hotel para um turismo rápido, pois o tempo era curto, e teríamos de estar as 13 horas no Estádio da Curuzu.
Primeiro, passamos na Basílica de Nazaré, um dos principais pontos turísticos de Belém, e lá encontramos o Cleiton fazendo imagens para o documentário. Até fomos entrevistados pelo homem.
Ainda no templo, compramos algumas imagens como lembranças para nossos familiares, e seguimos rumo ao famoso Mercado Público de Belém.
O lugar era enorme, com várias especiarias locais, mas não tínhamos tempo para conhecer mais a fundo, e fomos direto comprar as castanhas do Pará. O Guedes pegou as do Juliano e Tencati, e o restante pegou para levar para casa.
Chegou a hora de trabalhar
Já de volta ao hotel, encomendamos um almoço a La Carte, pois o tempo era curto, e assim almoçamos e fomos eu, Mastella e Crippa para o estádio, enquanto o Guedes foi no ônibus da delegação, junto com o clube em momento posterior.
No Táxi, rodamos umas duas vezes aos arredores do Estádio da Curuzu, procurando a entrada para a imprensa (lembrando que o jogo seria a portões fechados para a torcida).
Achamos o portão da imprensa e entramos no estádio. Ao nos dirigirmos as cabines, passamos por baixo do estádio, que parecia uma garagem e por um corredor externo, passamos por uma janela ao lado, que mostrava a academia do clube. As cabines ficavam uns 3 ou 4 andares acima, pois o que tivemos de subir na escada, olha, pior para o Mastella, que carregava os equipamentos na mala.
Chegando nas cabines, todas separadas por divisórias apenas, com condições precárias, e ninguém para nos receber de começo, mas quando apareceram, vale destacar o atendimento realizado pelo pessoal do Paysandu (até cachorro-quente nos serviram no intervalo). Só estava nós do Tabelando lá inicialmente e o calor era de fazer querer voltar para o hotel, tomar banho e ficar no ar condicionado.
Enquanto o Mastella organizava os equipamentos e entrava em contato com o pessoal da transmissão de Criciúma, fui procurar água, e nem isso tinha, então resolvi descer e sair a procura de uma lanchonete, bar, mercado nas redondezas do estádio, pois sem água não dava para ficar.
A sorte foi grande, pois no lado do estádio tem um carrinho, daqueles que vendem comida, e consegui comprar algumas latas de refrigerante (eles também não tinham água).
Voltando para as cabines e o calor tinha dobrado, sendo assim, fui me refrescar em uma cabine fechada com ar condicionado, da TV do Paysandu, pois o negócio era aproveitar enquanto eles não estavam ali.
Com o tempo, os demais profissionais foram chegando e se instalando, e assim, estávamos prontos para começar essa transmissão histórica do Tabelando, após longínquos ajustes do Mastella com o Dávilla na operação de Criciúma. Eu, Mastella e Crippa contamos de Belém, enquanto isso, o Fabrício, Beto e Aderson contavam de Criciúma, com operação de Marcos Dávila. Com o time pronto e escalado, assim começamos a jornada esportiva histórica do Tabelando!!!
Próximo capítulo vai ao ar no dia seguinte, a mesma hora.
@didefontana é jornalista e colabora para o Tabelando e Engeplus.
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