Por Redação Engeplus
Em 04/05/2018 às 13:45Boa parte do PIB mundial se movimenta sobre os oceanos. Esse trabalho é feito pelos armadores, empresas responsáveis por, entre outras coisas, transportar a maioria das cargas de um continente a outro. Conhecer o funcionamento desse mercado pode até mesmo ajudar os importadores e exportadores, inclusive os pequenos, a aperfeiçoar suas estratégias de comércio internacional.
Ao contrário do transporte rodoviário e aéreo, em que é comum lidar com empresas nacionais, todos os grandes armadores que atuam no Brasil são estrangeiros. Eles podem ser proprietários dos navios e dos contêineres ou explorar embarcações de terceiros por meio de concessão.
O maior deles é a dinamarquesa Maersk Line, que conta com 33 mil funcionários e 630 navios, segundo dados da própria empresa. A Maersk já detinha a maior frota do mundo quando, recentemente, fundiu-se com a alemã Hamburg Süd, que também estava entre as dez maiores.
Com 33 mil funcionários e 630 embarcações, dinamarquesa Maersk Line é a maior do mundo
“Além da Maersk, outros armadores se destacam com a frota de navios, serviços e movimentação, como é o caso da MSC com sede na Suíça, a francesa CMA CGM, a chinesa COSCO e a Evergreen, de Taiwan. Estes armadores também estão entre os mais atuantes no Brasil”, cita o especialista em transporte internacional da Ethima Logistics, Rafael Schneider.
Os asiáticos estão ganhando espaço nesse mercado e galgando degraus no “top 5”, até agora dominado pelas empresas europeias. “Em meados de 2017, um grupo de armadores japoneses anunciou uma fusão com a intenção de, juntos, otimizarem sua capacidade operacional e aumentar a participação no mercado mundial. Essa fusão foi entre as companhias de navegação NYK, MOL e K-LINE que leva o nome ‘Ocean Network Express’, ou ‘ONE Line’”, acrescenta Schneider.
Apesar de concorrentes, os armadores frequentemente compartilham cargas entre si, para melhorar a eficiência do serviço e diminuir o espaço vazio. “Esse compartilhamento de espaço é chamado de ‘joint’, e tem sido muito utilizado pelos armadores, portanto é muito comum você ver contêineres da Maersk em navios da MSC. O contrário também é verdadeiro”, observa o especialista da Ethima Logistics.
Importância do planejamento
Para quem precisa importar ou exportar, segundo Schneider, mais importante do que saber qual armador fará o transporte, é saber qual o serviço que será contratado. Por exemplo, se a carga será transportada diretamente entre a origem e o destino, ou se haverá paradas em outros portos para transbordo.
“No serviço direto, os fretes tendem a ser mais altos, pois a procura dos usuários por essa opção é muito maior. No caso do serviço com transbordo, existem diversas opções de conexões, tempo de trânsito e preço, mas em praticamente todos esses serviços o valor do frete é menor do que no serviço direto. Essa opção com transbordo, quando utilizada a assessoria de um agente de carga ou armador de confiança, pode trazer reduções significativas no valor do frete internacional para os clientes”, conclui o profissional.
Imprevistos acontecem
Mesmo com tudo bem planejado, é preciso ter ciência de que nem tudo pode transcorrer com perfeição. Os documentos de conhecimento de embarque marítimo (Bill of Lading, os BL), no verso, preveem a possibilidade de percalços no transporte e geralmente isenta o armador de responsabilidade.
As dificuldades mais comuns envolvendo os serviços dos armadores são:
reservas de espaço (booking) acima da capacidade dos navios (overbooking), que faz com que a carga não seja embarcada como programado.
vendas de serviços de trânsito direto. Nesse caso, mas o navio faz transbordos no meio do caminho, aumentando o tempo do transporte. Em situações extremas, para evitar os prejuízos de uma rota com pouca carga em determinado momento, o armador pode cancelar a escala do navio em um porto onde a passagem estava prevista.
Ainda assim, os armadores são peça fundamental no funcionamento e no crescimento da economia mundial. Só a Maersk como o transporte marítimo evolui constantemente, os portos estão sempre recebendo investimentos privados ou públicos para poder receber embarcações cada vez maiores.
Afinal, são os armadores quem transportam a maioria das cargas no comércio internacional, ajudando no desenvolvimento aos países por onde passam.
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