Por Patrick Stüpp - patrick.stupp@engeplus.com.br
Em 29/05/2025 às 19:19Por conta dos impactos econômicos e sociais, o fechamento da Unidade de Extração Mina Cruz de Malta, em Treviso, ganhou destaque na Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC). Para o Portal Engeplus, o presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável, Fernando Zancan, explicou o processo de fechamento e elencou novas possibilidades para a prática da mineração no município.
O anúncio do encerramento das atividades foi informado nessa quarta-feira, dia 28, após um comunicado oficial da Indústria Carbonífera Rio Deserto, responsável pelas atividades na localidade. A decisão para a paralisação foi as inúmeras tentativas de ampliação da área de extração de carvão mineral, bem como alternativas que viabilizem a permanência da empresa em Treviso.
“Basicamente, encaro este processo de fechamento como algo normal, pois quando abrimos uma mina já sabemos que um dia teremos que fechá-la. Dentro do setor carbonífero, sempre quando iniciamos um projeto de abertura de mina, também já temos que realizar o processo de fechamento. A reserva de carvão tem um tempo de produção delimitado e está sempre sujeita a fechar”, explicou.
Embora o processo seja algo normal, o município terá quedas na sua receita com relação à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) de aproximadamente 26%, e um impacto sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 14%. Os dados foram levantados após um pedido do prefeito Luciano Miotelli (MDB).
“De todos os municípios da região da Amrec, acredito que Treviso seja o mais dependente das atividades do setor carbonífero. Por conta disso, claro que o município acabará perdendo CFEM, que é um importante recurso financeiro pago pelas empresas mineradoras, além de movimentações econômicas”, ressaltou Zancan.
Além dos prejuízos econômicos, o anúncio também impactará no desligamento de aproximadamente 200 funcionários. No entanto, apesar do anúncio, as atividades ainda serão mantidas pelos próximos meses. “Geralmente no setor carbonífero, quando acontece um fechamento, os funcionários são realocados para outro local, como é o caso do município de Içara”, ponderou o presidente.
Novas possibilidades
Devido aos prejuízos financeiros, de acordo com Zancan, este acontecimento é um caso importante a ser estudado como prioridade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), principalmente levando em consideração as ações que a indústria do carvão vem realizando para se reinventar no Sul de Santa Catarina, mantendo as empresas e ajudando no crescimento da renda e empregabilidade.
“Temos reservas de carvão que podem ser possibilidades para aberturas de novas minas. Não podemos ficar décadas ou dezenas de anos para conseguirmos abrir uma nova mina, isso é uma iniciativa que precisa ser agilizado nos processos de licenciamento ambiental. Precisamos sempre estar trabalhando para reinventar a indústria”, reforçou o presidente.
Essas estratégias e possibilidades para o setor carbonífero de Treviso será um dos assuntos levados durante a visita do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que estará na Associação Empresarial de Criciúma (Acic), na próxima terça-feira, dia 3.
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