Desfecho

Caso Roger Guedes: entenda os detalhes da negociação

Da expectativa de receber mais de R$ 30 milhões, Tigre ficou com um pouco mais de R$ 12 mi

Por Mateus Mastella - @mateusmastella

Em 13/07/2018 às 00:05
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Foto: Divulgação

Nas últimas semanas, começaram a nascer as primeiras informações de uma venda do Roger Guedes para o futebol chinês. O jogador tinha fatiado o direito econômico em três partes: Criciúma (75%), Palmeiras (20%) e Atlético.MG (5% dos direitos de vitrine oriundo do Palmeiras); já os federativos, que decide o destino do profissional, era 100% do Palmeiras, vendido por 700 mil Euros pelo Tigre, em 2016.

No primeiro momento surgiram valores de 5 milhões de Euros, chegaram a 8 milhões, foram até 15 milhões, mas o Palmeiras, dono do passe do atleta, baixou a pedida para 12 milhões de Euros. O Porto, de Portugal, até entrou na jogada e a pressão do jogador para sair do Brasil, por causa do excelente salário, era um fator que pesava demais. Mas isso só poderia ser concretizado com o aval do Palmeiras - Criciúma e Atlético.MG acompanhavam a todo momento.

Na quarta-feira, Shandong Luneng fez uma proposta para o Palmeiras, por 9,5 milhões de euros, um pouco mais de R$ 40 milhões de reais. O problema é que a transferência para o futebol chinês fecha nesta sexta-feira e tudo precisaria ser decidido rápido. De longe e por telefone, o presidente Jaime Dal Farra acompanhava o destino desta negociação. Indicava e mostrava a posição do clube.

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O diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, aproveitou para pressionar negociar com o Criciúma e o Atlético.MG. Entre um acordo de ambas as partes, o Tricolor se viu, até pela atual situação financeira complicada - já declarada por Dal Farra -, concordar com a proposta do Palmeiras e do Atlético.MG para não perder o negócio e correr o risco do Palmeiras não querer: cedeu 32.3% para a conclusão do acordo, que, segundo o site oficial, foi extremamente complexa. 

No final da negociação, o Palmeiras ficou com 45% dos direitos econômicos e o valor de R$ 19 milhões; o Atlético.MG ficou com 26.3% dos direitos econômicos e o valor aproximado de R$ 11,1 milhões, enquanto o Criciúma fechou com 27.7% dos direitos econômicos e a quantia de R$ 12,2 milhões.

Mesmo com a diminuição da grana, comparada com a projeção anterior de mais de R$ 30 milhões, internamente a negociação foi comemorada pela direção. O primeiro valor da parcela de R$ 5,4 milhões precisa ser pago até a próxima semana, enquanto o restante tem que ser pago até o final de agosto. Se isso não acontecer, o acordo é desfeito e a situação vai para a Câmara de Resoluções da Fifa. É nisso que o Criciúma usa de garantia para receber a totalidade do acordo entre a trinca de clubes.

Como é uma transação internacional, o Tigre vai buscar receber a taxa de 4% de clube formador e poderá aumentar um pouco a arrecadação.

Dinheiro para pagar dívida criciumense

O primeiro recurso da vinda da grana da venda de Roger Guedes tem destino: pagar as dívidas da Gestão de Ativos. É o que consta em contrato e o que precisa ser feito. Caso toda a dívida seja quitada, o valor fica com o presidente da GA, o Jaime Dal Farra, e ele poderá fazer o que achar de mais importante com a grana.

No balanço apresentado em abril pelo Conselho Deliberativo, o Tigre teve um déficit de R$ 9 milhões em 2017 e este ano já se encaminhava para um prejuízo de R$ 5 milhões. Para falar das negociações, o presidente Jaime Dal Farra foi procurado, mas não atendeu a reportagem do Portal Engeplus.

A negociação repercutiu negativamente entre os torcedores, que viu o Criciúma ser motivo de chacota por ceder os direitos na maior transação da história do clube. Como a janela de transferência para a China ocorre nesta sexta, corre um pequeno risco de não se concretizar e a situação voltar como tudo era antes. Abaixo, confira a nota oficial emitida pelo Criciúma sobre a venda de Roger Guedes.

Depois de um negociação extremamente complexa, iniciada na noite de quarta-feira (11/07), foi confirmada a venda do atacante Róger Guedes para o futebol da China. O Criciúma, clube que revelou o atleta nas divisões de base, entrou em acordo com o Palmeiras para ficar com 2,7 milhões de euros na transferência, referente a participação do Tigre nos direitos econômicos. O Criciúma já havia recebido cerca de 700 mil euros na negociação dos direitos federativos em 2016.

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