Por Ana Paula Cardoso - anacardoso@engeplus.com.br
Em 11/06/2011 às 06:05
O conceito de sustentabilidade nas empresas é algo que só tende a crescer. Muitas delas trabalham com a intenção de tentar reverter os danos causados à natureza e dar exemplo no setor em que atuam. A empresa Reciclo, de Morro da Fumaça, trabalha com a recuperação de solventes da indústria plástica. De acordo com o proprietário da empresa, Jorge Fabre, o ciclo é praticamente infinito em todos os solventes recuperados e o processo não gera sobras, o que dispensa o uso de aterros sanitários e incineradores.
“Para os solventes de pré-impressão, além da qualidade do produto, há uma preocupação com a borra resultante do processo final das atividades - os elastômeros - substância usada na fabricação de artigos de borracha. Depois de separado por pigmentação, esse resíduo é reutilizado pela indústria de impressão”, explica Fabre.
Ele acrescenta que o resultado da reciclagem são produtos de alta qualidade e ecológicos, pois em muitos deixam de ser usadas substâncias tóxicas, em outros as substâncias são extraídas de frutas e são biodegradáveis e outros ainda são isentos de componentes aromáticos, não é inflamável e biodegradável.
“O que sobra de todo o processo é água e borracha. Os resíduos são tratados. A água, depois do processo, está pronta para voltar à natureza. A borracha é separada e tratada para voltar à indústria”, ressaltou o proprietário. A estação de tratamento de efluentes tem uma capacidade de 480 mil litros de água, em um processo que pode demorar até vinte dias.
Em Santa Catarina as normas referentes ao tratamento destes resíduos são rígidas, ao ponto de serem comparadas às internacionais. A emissão de licenças ambientais está atrelada ao processo de reciclagem e sustentabilidade em todas as áreas. A elaboração do projeto das estações de tratamento, a funcionalidade dos equipamentos e o resultado final são fiscalizados frequentemente.
Saiba mais - Fundada em 1991 em Morro da Fumaça, a Reciclo iniciou suas atividades com o propósito de recuperar solventes de indústrias de tintas, molduras, móveis e embalagens da região. Hoje, a empresa atende ao segmento das indústrias plásticas em 15 estados brasileiros. Cada empresa que atende manda seu solvente usado, do qual são recuperados 80%. Essa quantidade recuperada retorna à empresa sob o custo da mão de obra. Os outros 20% são resíduos que acabam sendo reaproveitados para outros segmentos, nada é descartado.
Colaboração (texto/fotos): Camila Marini e Gabriela Recco
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