Criciúma

Professores questionam processo de municipalização da escola Marechal Rondon

A partir de 2020, local abrigará ensino infantil e atenderá o fundamental do 1º ao 9º ano

Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br

Em 22/10/2019 às 16:46
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Foto: Thiago Hockmüller

Professores e alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Marechal Rondon, localizada no bairro Santa Catarina em Criciúma, realizaram um ato contrário ao processo de municipalização do colégio a partir de 2020. A ação aconteceu na tarde desta terça-feira, dia 22.  

A principal reclamação está na condução do processo. Segundo os professores, não há clareza na proposta e existe dúvida quanto a estrutura oferecida pela Secretaria de Educação de Criciúma. “Não vieram nos ouvir para buscar uma saída negociada. Já vieram com a municipalização pronta. Neste sentido, nós professores, nos sentimos um pouco afastados do processo democrático. Achamos que o município é um ente mais pobre, não tem recursos para manter as creches, há filas de espera”, questiona o professor de história e geografia da Marechal Rondon, Joaquim Teixeira Neto

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Eles têm que entender que a nossa merenda não pode piorar, tem que melhorar. Eles têm que garantir que toda a estrutura seja mantida e melhorada. Querem oferecer robótica, só que nós não temos salas de informática. São promessas que achamos duvidosas. Entre o certo e o duvidoso, preferimos ficar com o certo, ficar como está. 

professor de história e geografia da Marechal Rondon, Joaquim Teixeira Neto 
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Entenda o processo 

Segundo a Gerência Regional de Educação (Gered), a escola Marechal Rondon está há 10 anos enquadrada no Plano de Ofertas Educacionais (POE) - que em parceria com o município analisa a demanda e oferta da rede escolar – e vem sofrendo com a falta de demanda de alunos. Por outro lado, há uma procura por vagas na educação infantil, hoje, atendida na região pela Escola Municipal de Educação Infantil e de Educação Fundamental, Jovito Tiago Álvaro de Campos, do bairro Lote Seis. Estas duas instituições servem como desafogo para a demanda do Lapagesse. 

Com a finalização do processo, a Jovito Tiago Álvaro de Campos será fechada e unida na estrutura da Marechal Rondon. Desta forma, a Marechal Rondon, que hoje funciona do 4º ao 9º ano, passará a atender também alunos do 1º ao 3º e da educação infantil. 

Para a gerente Regional de Educação, Ronisi da Silva Guimarães, a alteração proporcionará ganho de vagas, otimização do recurso público e resolverá o problema do declínio de matrículas recorrente desde 2010. 

“Desde que assumi a gerência, em fevereiro, estamos em conversa com a equipe de gestão da escola. A Marechal Rondon passa por um declínio de matrícula desde 2010 e está no POE. Recebi aqui representantes de professores e da escola. Expliquei que precisávamos de um projeto de aumento de matriculas. Nessa comunidade aparece demanda para educação infantil e existe uma escola do município, ao lado, que oferta e precisa ser ampliada. O POE preza pelo respeito ao recurso público. Precisamos otimizar, uma vez que o número de matriculas para o ano que vem, que foi apresentada pela direção da escola, é insuficiente para mantermos como está”, explica Ronisi. 

Município garante estrutura 

Em entrevista ao Portal Engeplus, a secretária de Educação de Criciúma, Roseli de Lucca, afirmou que o município garantirá estrutura para abrigar na escola todos os projetos da rede municipal de ensino, inclusive o de robótica. Além do mais, aguarda a documentação da Gered e assim encaminhá-la para a Câmara de Vereadores.  

Assim que aprovado pelo Legislativo, o processo demandará reforma e ampliação da estrutura da escola Marechal Rondon. “Eu pedi para a Gered uma documentação para mandar à Câmara de Vereadores para que nos autorizem a fazer reformas, fazer banheiro adaptado, analisar se o telhado está em boas condições, fazer melhorias na parte elétrica, o mesmo que ocorreu na escola Luiz Lazzarin”, explica. 

Os alunos da região vão ganhar, como ganhou a região do Rio Maina, que era uma escola com poucos alunos, com estrutura acabada e revitalizamos. Hoje tem 500 alunos. É isso que vamos fazer com a Marechal Rondon, a comunidade vai sair ganhando, isso não tenho dúvidas. Tudo que falei na reunião será cumprido. 

Secretária de Educação de Criciúma, Roseli de Lucca
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Segundo informou a Gered, os três professores efetivos e outros dois funcionários de gestão da escola Marechal Rondon já foram realocados para outras escolas e puderam escolher o novo local de trabalho. Os demais funcionários, Admitidos em Caráter Temporário (ACTs), possuem contrato somente até o final do ano. 

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