Protesto

Vereador questiona demissão de professoras: “Vão demitir também quem deixou a porta aberta?”

Juarez de Jesus cobra contratação de mais profissionais para suprir a demanda nas escolas

Por Thiago Hockmüller - thiago.hockmuller@engeplus.com.br

Em 14/03/2025 às 15:10
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Foto: Thiago Hockmüller/Portal Engeplus

A demissão de duas professoras da Associação Feminina de Assistência Social (Afasc), sob a justificativa de negligência com uma criança que foi flagrada sozinha próximo às grades do Centro de Educação Infantil Beato Aníbal Maria di Frância, no bairro Boa Vista, em Criciúma, segue repercutindo no município. 

O vereador Juarez de Jesus (PL), que acompanhou o protesto de mães de alunos que pediram que as educadoras fossem recontratadas, questionou a decisão da Afasc e do prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola (PSD).

“Eu vim para ouvir as mães, achei super importante ouvi-las, até para saber, realmente, qual o sentimento delas em relação a essas duas professoras que foram demitidas. O que a gente percebe é que realmente elas têm uma estima pela professora e gostam da professora. É que realmente eram boas professoras, uma delas tem 15 anos de Afasc e isso deve ser levado em consideração”, afirmou o vereador em entrevista ao Portal Engeplus.

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Juarez entende que a demissão foi uma decisão exagerada diante do erro das professoras. Em nota, a Afasc disse que investigou o ocorrido e concluiu que “realmente houve um caso de negligência”. Nas redes sociais, o prefeito pediu a investigação por parte da Associação e a “exoneração” das educadoras.

“A professora não foi demitida porque bateu nas crianças, porque beliscou as crianças, porque maltratou as crianças. Foi um acontecido. Então vamos ter que demitir também quem deixou a porta aberta para a criança escapar, quem foi a pessoa que deixou a porta aberta? Pode ter sido a diretora, pode ter sido o zelador, a gente não sabe quem foi. Houve um erro, aconteceu”, argumentou.

“Eu acho que o Executivo também tem que assumir um pouquinho da culpa e entender que a demanda hoje nas escolas está sobrecarregada e não só isso, há vários outros aspectos em relação a valorização do professor e muito mais”. 


Fiscalização

Juarez de Jesus aproveitou a ida ao local para fiscalizar o cenário dentro da escola. E cobrou que o Governo Municipal contrate mais professores em função da alta demanda de alunos. De acordo com o vereador, esta ação pode minimizar erros como o que aconteceu no CEI.

Juarez de Jesus vê injustiça nas demissões. 
(Foto: Luis Carvalho/Câmara Criciúma)

“Acabei de vir aqui na escola e vi na sala de aula uma professora e 25 alunos, incluindo crianças com deficiência. Isso não pode acontecer. Existe falta de professor. Então tem que analisar todo o contexto e procurar sim completar a demanda de professores na sala de aula. Até porque se ela está há 15 anos na Afasc é porque tem bom serviço prestado à comunidade e não pode ser punida da forma que foi. Tem que resolver o problema na raiz, que é a falta de professor, que é o aumento de número de estagiárias nas salas de aula”, sustenta.

Agora, o vereador pretende fomentar o assunto com membros da Comissão de Educação, Esporte, Turismo e Cultura, que é presidida pelo vereador Amaral Bittencourt (PSD).

Entenda o caso

A Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc) concluiu que houve negligência no caso do aluno, que foi flagrado sozinhosem supervisão, no Centro de Educação Infantil (CEI) Beato Aníbal Maria di Frância. O caso aconteceu no dia 5 de março e as professoras foram demitidas na manhã do dia 6, sob argumento de negligência.

“Ainda na quarta-feira, as duas professoras responsáveis pela turma do Grupo 2 foram afastadas e uma sindicância foi aberta para que todos os detalhes fossem apurados. As informações foram coletadas e chegou-se à confirmação de que realmente houve um caso de negligência. Por este motivo, as duas professoras foram demitidas na manhã desta quinta-feira”, justificou a Associação. 

Logo após a repercussão do caso, o prefeito Vaguinho manifestou no Instagram que cobraria a Afasc para a “imediata apuração dos fatos e a exoneração dos responsáveis”.  

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