Impressões em 60 minutos

Missão Carretera Austral/Ushuaia - 4x4 - Dia 4

Dia 04 de 20 e poucos - Mendoza(ARG) - Talca(CHI)

Por Vinícius Alexandre - impressoesem60minutos@engeplus.com.br

Em 23/12/2022 às 12:03
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Após uma boa e revigorante noite de sono em Mendoza, nos preparamos para ir em direção a Santiago, no Chile. Fazemos câmbio na Western Union ainda antes de partir, completamos o tanque de Infinia Diesel (como é chamado o S10 na rede YPF) e pegamos a Ruta 40 - Al sur, como se estivéssemos indo para Bariloche (ARG).

O trecho que pegamos da Ruta 40 é curto, já que a nossa idéia é atravessar para o Chile pelo Paso de Los Libertadores, então logo após sair completamente de Mendoza, cruzamos o rio com o mesmo nome e viramos na direção oeste, Ruta 7, em direção a cidade de Uspallata, já contornando os Andes.

Ali é importante se atentar que para continuar na Ruta 7, haverá um desvio a esquerda, já que se seguirmos o caminho lógico de apenas continuar na rodovia, ela nos levaria ao norte da Argentina, se passando a chamar Ruta 149.

Então, esquerda para se manter na Ruta 7, e seguimos a subida em direção a Los Andes(CHI), que eu diria que é a próxima cidade estruturada depois de Uspallata.

O trecho é simplesmente espetacular e aqui o trânsito flui lentamente, principalmente nos trechos mais sinuosos e com aclives acentuados e não há problema algum nisso, já que o momento é propício para a apreciaçao da exuberante natureza.

Recomendo muito à vocês que façam duas paradas antes do Cristo Redentor: Puente del Inca (à esquerda), que é uma ponte de formação natural sobre o Rio Cuevas, cujas águas termais teriam efeitos curativos, de acordo com os Incas; E o Parque Provincial Aconcágua (à direita), de onde é possível ter uma vista linda do Monte Aconcágua e toda a imponência dos seus 6.960 metros de altura. SENSACIONAL! 


Ponte de Los Incas, considerado um Patrimônio da Unesco.

Melton tem medo de altura, mas topou a aventura, que na minha opinião foi o melhor momento da viagem até agora (dia 4). Em vez de atravessarmos para o Chile pelo túnel Cristo Redentor, concordamos em subir o caminho antigo e passar pelo Cristo Redentor de Los Andes. 


Vista da subida para o Cristo Redentor de Los Andes.

A saída para a rota antiga fica em Las Cuevas e não há muita informação viária (média na Argentina, péssima no Chile), então se você pretende fazer esse caminho, vai procurar por um portal, em diagonal, no lado esquerdo, onde vai conseguir ver o ínicio da subida. Não tem erro. 

Salvo engano, são 8km de subida contados do portal até o topo. A estrada não é asfaltada e é toda de uma espécie de cascalho. 

Por prudência, devemos dizer que o recomendado é apenas fazer essa rota se você está dirigindo uma caminhonete, preferencialmente 4x4, já que o trecho é bastante íngrime, há bastante pedras soltas (pequenas e algumas bem grandes) e em alguns lugares a camada de pedras é alta, sendo possível sentir o carro afundar. Assim, considerando que em alguns trechos pode ser necessário parar para que outro veículo cruze (sim, tem locais que só passa 1 por vez), da pra imaginar a possibilidade de atolamento.

Massssss ..... se desceu é porque subiu, né? Então posso afirmar que é possível vencer o trecho com um carro baixo  sem tração 4x4, já que logo no início da travessia, cruzamos com uma Kangoo descendo o lado argentino.

No topo do monte está a fronteira Argentina-Chile, o conhecido Cristo Redentor de Los Andes e aqui já se pode sentir o frescor dos ares andinos. 


Chegada ao Cristo Redentor, no topo da montanha. Obs: descemos pelo lado chileno, que é mais rústico, com o dobro de curvas.

Já no Chile, iniciamos a descida, que segue o mesmo padrão da subida, com a diferença de que aqui é possível aproveitar mais a paisagem.

Chegamos na Ruta 60 Chilena, e deveríamos pegar a esquerda e seguir, mas decidimos voltar pra Argentina pelo túnel e depois novamente ao Chile, agora também pelo túnel, pelo puro e simples prazer de ter feito os dois caminhos e a curiosidade sobre o túnel é que a fronteira é cruzada ainda em seu interior.

Dali seguimos para a Aduana Chilena, e as dicas são: paciência pois há bastante fila, já que os chilenos são conhecidos por serem bastante rígidos nos procedimentos aduaneiros.

E em razão disso, a segunda dica é: fique atento as regras aduaneiras. No nosso caso, além dos passaportes, foi exigido o preenchimento de diversos formulários, pessoais e do veículo. Existe também uma lista de restrição com vários produtos que não podem passar e a dica de ouro é: jogue fora tudo que está na lista, já que se durante a revista ao veículos for encontrado algum item proibido, além da multa você poderá responder a um processo criminal, já que nesse momento você já terá prestado uma declaração assinada de que não está levando nada proibido.

Sobre o procedimento de revista o que pude notar foi o seguinte: todos veículos são revistados, sem exceção; o que muda é "profundidade" da revista; No nosso caso foi feita uma revista interna completa do veículo e do bagageiro, de forma visual, e por critério de amostragem requerida a retirada de uma mala para ser aberta e vistoriada.

Contudo, o veículo que estava  duas posições a nossa frente, foi revistado por completo, com toda a bagagem retirada, aberta, vistoriada inclusive passando pelo raio X.

A última dica da aduana chilena em Paso Los libertadores é que antes da saída, ainda dentro do complexo, há uma pequena agência de câmbio para já entrar no Chile cheio da grana!

Descendo um pouco mais, os esperados caracoles! Se liga aí que os primeiros que você vai ver são conhecidos como falsos caracoles, os verdadeiros ficam um pouco mais abaixo. São bonitos? São, mas não sei se superam a serra do rio do rastro.


Esses são os falsos Caracoles... fica um pouco pra cima dos verdadeiros (para quem está descendo).


Aqui já são os verdadeiros.

 

Los andes e finalmente Santiago. Nesse momento já pensávamos em parar por ali e entramos na capital. Do pouquíssimo que vimos, não gostamos de nada e a mim e Amanda nos causou um sentimento de decepção, já que ouvíamos mil maravilhas sobre a cidade. Aqui valeu aquela máxima: a primeira impressão é a que fica, e no nosso caso, nos fez não ficar. Mesmo cansados, partimos!

Em busca de um hotel, entramos em várias cidades após Santiago. Todos sem vagas. E assim, acabamos parando em um posto na cidade de Talca,  já que não havia mais ninguém em condições de dirigir. 

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