Investigação

Motorista de aplicativo tem prisão preventiva decretada em Criciúma

Ele estava envolvido no caso que terminou com uma mulher baleada na cabeça

Por Patrick Stüpp - patrick.stupp@engeplus.com.br

Em 22/03/2025 às 17:37
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Foto: Rafaela Custódio/Arquivo/Portal Engeplus

O motorista de aplicativo de 42 anos teve a prisão preventiva decretada neste sábado, dia 22, em Criciúma. O homem, que recebeu voz de prisão em flagrante por homicídio tentado e desobediência, foi um dos envolvidos na ocorrência que terminou com uma mulher de 23 anos baleada na cabeça, durante uma operação da Polícia Civil.

Segundo o delegado da 6ª Delegacia Regional de Polícia (6ª DRP), André Milanese, durante o fato, que aconteceu no bairro São Sebastião nessa sexta-feira, dia 21, o motorista tentou fugir, não obedecendo a ordem de parada e acelerando em marcha ré em direção aos policiais civis, que realizavam a abordagem por trás.

“Isso colocou em risco suas integridades físicas, obrigando-os a realização de um disparo que visava ceifar a injusta agressão, acabando por ser atingida a companheira do foragido, que estava sentada no banco de trás do veículo”, informou o delegado. 

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No local, a ação buscava cumprir um mandado de prisão contra um homem de 20 anos, procurado por envolvimento em crimes de tráfico de drogas e organização criminosa. Ele foi abordado e detido na localidade. Já a companheira do suspeito foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e está em estado grave no Hospital São José (HSJosé), apresentando quadro de morte encefálica

Defesa se manifesta

Ainda, na noite desse sábado, a defesa do motorista, envolvido na ocorrência, procurou a reportagem do Portal Engeplus e, por meio de uma nova oficial, esclareceu sua versão dos fatos. Abaixo, confira o depoimento completo: 

O motorista realizava uma viagem de um casal, um homem e uma mulher. Ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro. Diante da aparente tentativa de assalto, ele deu ré, mas, impedido por um veículo atrás, tentou desviar e, nesse momento foi atingido por uma segunda viatura. A colisão resultou em um disparo de arma de fogo efetuado por uma agente policial, que causou a morte da passageira, uma jovem de 23 anos. 

Os agentes prenderam o passageiro em cumprimento de mandado de prisão, a passageira foi socorrida pelo SAMU, e o motorista acompanhou os agentes até a delegacia para prestar depoimento. Lá se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais, sendo que, no momento da suposta tentativa, o mesmo sequer sabia que aquelas pessoas eram ditas pessoas de bem. 

Durante a investigação, todos os envolvidos foram ouvidos, exceto a policial que efetuou o disparo fatal contra a jovem. Além disso, outra situação que causou estranheza, foi o fato de uma testemunha que não só presenciou os fatos como registrou em seu celular, ter sido abordada por um agente policial, que o obrigou a entregar seu telefone, sendo devolvido apenas sob a condição de apagar toda e qualquer imagem relacionada a trágica ocorrência. 

Porém, talvez essa nota de nada de sirva, porque ao que tudo indica tanto o delegado que responde pela investigação, quanto seu superior, o delegado geral de Santa Catarina, já sentenciaram o motorista como culpado por uma tentativa de homicídio e desobediência de ordem policial.

Diante disso, a defesa espera que o Poder Judiciário possa ser o verdadeiro fiel da balança, para que o motorista tenha a oportunidade de ampla defesa e contraditório, de modo que a investigação policial e o processo penal não sejam meras formalidades, podendo assim ele ter seus direitos fundamentais resguardados.

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