Por Laura Bazzei - laura.bazzei@engeplus.com.br
Em 26/12/2024 às 12:19Há dez anos a “Culture Soul Escola de Dança” forma artistas e acredita no poder da dança em mover, conectar e transformar a vida das pessoas. Desde a infância, a criciumense Hellen Barros Manenti teve uma grande influência artística em sua vida, o que a levou a mais tarde a fundar a sua própria escola.
Com o nome "Culture Soul", ou "Cultura da Alma" em português, a escola reflete a visão a proprietária sobre a dança como uma necessidade ‘almática’. "O movimento por si só não gera nada, mas é a alma que gera o movimento conectado", afirma.
A escola adota o lema “a vida em movimento”, que, para Hellen, é criar um movimento que gera conexão. "A dança tem o poder de transformar as pessoas, não só aquelas que a praticam, mas também aquelas que se conectam com ela, que prestigiam e acompanham", destaca.
Com uma família de músicos, a educadora ingressou na dança com apenas cinco anos, iniciando aulas de jazz com a professora e coreógrafa Josi Martins, que a motivou a dançar. Aos 15 anos, a jovem artista resolveu se profissionalizar, indo para Porto Alegre (RS) estudar e começar o processo de formação. “Lá eu fiz também toda a estrutura para conseguir trabalhar com o processo pedagógico, para dar aula. E foi onde fui me encantando cada vez mais por ser educadora da dança. Fiquei neste processo dos 15 aos 18 anos, quando tive uma lesão gravíssima na minha coluna, que me afastou dos palcos”, recorda.
A história da escola começou quando Hellen retornou a Criciúma após sofrer a lesão que a impediu de seguir dançando. "Quando voltei lesionada, sem poder dançar, me vi numa situação em que não queria sair do meio da dança. Queria, de alguma forma, contribuir", explica a artista, que montou a escola.
Variações ensinadas
Na escola são ensinadas diferentes variações e ritmos, pensando em levar o ensino da dança para todos, independente de idade ou habilidade. Conforme Hellen, o balé é uma movimentação mais rígida fisicamente, que vai ajudar na qualidade de fortalecimento articular, fortalecimento muscular e vai desenvolver todo o processo artístico. No balé, a Culture Soul oferece aulas desde crianças até adultos.
O baby class é a educação infantil do balé clássico. Ele não vai gerar a técnica do balé, entretanto, vai preparar a criança na capacidade motora dela, na parte da postura e na parte do desenvolvimento artístico, que é a musicalidade e a criatividade. Essa categoria é voltada para crianças de 3 a 6 anos. “A aula é um processo lúdico, porque você está trabalhando com criança, então a gente precisa ter a linguagem da criança, mas sempre com o objetivo de prepará-la para a introdução técnica a partir de 7 anos”, frisa.
O balé clássico infantil trabalha com a parte técnica, que é onde a criança irá desenvolver não só as habilidades, mas irá aprender a nomenclatura e a parte técnica da metodologia aplicada. “A gente trabalha com a metodologia Vaganova. Para que nossos alunos possam conseguir desenvolver a construção dos saltos, dos giros, que são movimentos de elaboração mais avançados. E se a criança não desenvolve as habilidades antes, ela não consegue gerar os movimentos depois”, comenta Hellen.
Já o balé clássico para adultos iniciantes é uma etapa fundamental na construção da técnica e da linguagem da dança clássica, adaptada para a fase adulta. “Não é porque sou um adulto que eu vou conseguir fazer tudo. Sou um adulto, mas eu também preciso aprender do começo. A didática de aulas se torna diferenciada, mas é a mesma base do infantil”, detalha.
O jazz trabalha com a técnica de soltura dos movimentos, e não com a rigidez, diferente do balé que tem a estrutura fixa. Usa o trabalho de rolamento de chão que trabalha com a base da dança contemporânea. E o contemporâneo é a dança teatral, ele não tem uma técnica abordada, pode usar o balé, o jazz e a dança moderna. Pode-se trabalhar com qualquer técnica de dança. “A dança contemporânea que a gente trabalha, ela é um trabalho de pesquisa, não só de coreografia. Então o aluno vai trabalhar tanto o processo de pesquisa e de conhecimento da história, daquilo que vai ser gerado como conteúdo, assim como da parte da dança”, detalha.
Os impactos da dança
A dança, com sua capacidade de conectar corpo e alma, impacta profundamente a vida de quem a pratica. Para os alunos, os benefícios são visíveis não apenas no físico, mas também no aspecto emocional. "A dança traz muitos benefícios. Ela não só melhora o corpo, mas também fortalece os sentimentos. E, principalmente, na dança clássica, o processo de autoconfiança é muito forte", afirma a educadora. A perseverança necessária para o balé clássico, com suas exigências técnicas, é uma das principais lições transmitidas. "O balé não é fácil. Você precisa perseverar para ter resultados", completa.
Para a proprietária, o processo de ensino vai além da técnica, englobando também o preparo emocional dos alunos. "Não ensinamos apenas os movimentos, mas como alcançar as posições. Para isso, precisamos preparar nossos alunos emocionalmente, deixando-os fortes, firmes e com objetivos claros", garante.
Segundo Hellen, a dança é para todos, não importa se o aluno busca uma carreira profissional ou apenas o prazer da prática. "A dança é para quem quer desfrutar de tudo o que ela pode oferecer. Vai muito além do palco, da plateia, da apresentação. A dança é uma experiência que transcende esses limites", enfatiza.
A dança gera impactos para a vida de quem vive e convive com ela em qualquer área em que forem trabalhar. “A dança tem muitas vantagens. Ela tem os benefícios físicos, mas ela tem os benefícios também sentimentais. E vão gerar muitos processos de autoconfiança. Principalmente na dança clássica, que tem esse grande potencial de fazer os alunos serem mais perseverantes. Porque o balé não é fácil”, comenta.
Para Hellen, a dança não é apenas uma arte, mas uma ferramenta de transformação, capaz de deixar marcas profundas na vida dos alunos. "Não consigo mensurar completamente o impacto, mas acredito que como levo a dança, com tanto amor e dedicação, reforça tudo o que eles aprendem”, pontua.
A participação do público
Conforme Hellen, por trabalhar com a dança há anos, é possível notar a diferença e a evolução de como os moradores de Criciúma e região recebem e procuram por consumir arte nos seus momentos de lazer. “Um público que, às vezes, no começo ficava nas primeiras apresentações e depois ia embora. Ou, às vezes, os próprios pais das bailarinas assistiam às suas filhas e iam embora. Não assistiam às filhas dos outros. Então, hoje eu vejo uma mudança de comportamento”, observa. “Já vejo um público, uma sociedade mais ativa nos movimentos culturais. Por prazer, não por obrigação”, complementa Hellen.
Ela destaca com carinho que, embora alguns de seus alunos não tenham seguido a dança profissionalmente, cresceram significativamente com os ensinamentos que a arte proporcionou. Ao mesmo tempo, ela celebra os que seguiram carreira na dança, fortalecendo a cena profissional e contribuindo para mudar a percepção sobre a arte na sociedade.
Se você gosta de arte e ficou interessado em conhecer a Culture Soul Escola de Dança, e até quem sabe se matricular para ingressar nas turmas do próximo ano, acesse o Instagram.
Leia mais sobre:
Espaço Empreendedor,
Culture Soul Escola de Dança.
Frutas naturais
Boardgames
Tinta na parede
Bom Velhinho
Espaço Empreendedor
Arte e esporte
Inclusão no cardápio
Espaço Empreendedor
Arte e esporte
Inclusão no cardápio