Por Redação Engeplus
Em 25/06/2025 às 15:35A paixão e o sentimento de família são as principais marcas que conectam a torcida carvoeira ao Criciúma. Um amor que atravessa gerações e se fortalece a cada jogo, dentro e fora do estádio. Por isso, o fascínio pelo Criciúma é o principal motivo que move a torcida organizada “Os Tigres”.
De acordo com o presidente da torcida, Fabiano Coelho, o sentimento na arquibancada é de família, vibração e orgulho. Não importa a fase, o amor pelo Criciúma é incondicional. “A gente está pelo Criciúma, pela instituição. Não importa se é na Série A, B, C ou D. O sentimento nunca muda”, ressaltou.
‘Os Tigres’ tiveram origem em 2006, visando torcer e apoiar de maneira diferente das tradicionais torcidas organizadas do Brasil. As redes sociais, como o extinto Orkut, ajudaram a espalhar a ideia e dar força à torcida. Com isso, eles tiveram a ideia de torcer inspirado nas “barras bravas” da América Latina, especialmente Argentina e Uruguai. Elas cantam sem parar durante os 90 minutos da partida, pulam, batem tambores, exibem faixas gigantes e também criam músicas próprias para apoiar o time como bandas, que até então não existia em Santa Catarina. Assim, em 2006 nasceu “Os Tigres”, com o primeiro jogo durante o campeonato brasileiro série C, contra o Bahia, no Heriberto Hülse.
Segundo Coelho, o amor e carinho pelo Criciúma é maior que tudo. “A gente canta porque o clube é nosso xodó, nossa paixão. É um amor sem pedir nada em troca”, explicou o presidente. ‘Essa loucura que sinto por ti, não se compara com nada, ganhas ou percas, eu venho te apoiar, o Criciúma é minha vida, é a alegria do meu coração’ é o refrão de ‘Toda semana’, uma das músicas que a banda toca nas partidas em que o Criciúma disputa, demonstrando sentimento incondicional pelo clube.
O presidente ressaltou que o Criciúma representa uma parte muito importante e feliz na vida pessoal dele. Por conta do time, viajou pelo Brasil, conheceu diversos estádios, tendo como objetivo apoiar o Tigre. “Família em primeiro lugar, Criciúma em segundo”, ressaltou.
O presidente assinalou que a torcida não está lá por dirigentes, jogadores, comissão técnica ou por títulos, mas sim pelo Criciúma Esporte Clube. Atualmente o maior desejo de Fabiano é ver o Criciúma jogar novamente a Libertadores, como em 1992, para reviver a grandeza que aconteceu no passado.
Tigre que representa a torcida
Mesmo sem dizer uma palavra, ele foi a principal atração de muitos jogos no Heriberto Hülse. Durante quatro anos, Leko Batista deu vida ao Tigrão, mascote do Criciúma Esporte Clube, e transformou a fantasia em símbolo de carisma, emoção e conexão com a torcida. “Tem gente que ia ao estádio só para ver o Tigrão. Nem olhava o jogo”, contou.
Por muito tempo, o mascote do Criciúma era apenas uma figura decorativa, entrava em campo rapidamente, fazia algumas fotos nos camarotes e desaparecia antes do apito inicial. Mas tudo mudou quando Batista vestiu a fantasia. E, para muitos torcedores, virou o principal motivo de sorrisos no estádio.
Quem frequenta o Majestoso, como Maria Júlia Guesse e Vítor Lopes, acredita que a presença dele no meio dos torcedores é importante, porque representa a essência do torcedor carvoeiro, alguém que vive o clube de perto, vibra, apoia e ama o Criciúma.
Batista, antes de interpretar o mascote, já tinha passado por carreiras como cantor, pintor nos Estados Unidos e contador durante 15 anos. E, em 2021, por paixão ao clube, aceitou trabalhar de graça na TV Tigre durante a Série C do Campeonato Brasileiro, e de acordo com ele acabou ‘caindo de paraquedas’ no papel de Tigrão. “A gente era em cinco. Cada um ia usar a fantasia em um evento, e disseram que o mais doido ficava. Adivinha quem foi?”, brincou.
Enquanto trabalhava pela TV Tigre, não era apenas funcionário ou intérprete do mascote, mas, sim, um torcedor apaixonado pelo clube. “Vou ao estádio há mais de 30 anos e conto nos dedos os jogos que perdi, sempre estive envolvido na torcida, com viagens a jogos do time, inclusive fora do estado, por exemplo, no Rio de Janeiro e Goiânia”, relatou.
Emerson Almeida: conheça a história do torcedor que virou jogador do Criciúma
O nome de Emerson Almeida está gravado na memória de muitos torcedores do Criciúma. Natural de Araranguá, sua trajetória no esporte vem desde cedo. "Ser jogador profissional sempre foi um desejo meu desde o nascimento", relembrou. O sonho começou lá pelos seus 8 anos, sendo alimentado pela paixão pelos esportes e o amor de torcedor.
Com 16 anos, Almeida foi chamado para um teste no Criciúma, onde foi aprovado e fez parte das categorias de base do clube entre 1989 e 1994. Durante esse período, o ex-jogador vivenciou momentos importantes na história do Tigre. Em 1991, com 19 anos, marcou o gol que deu o título de tricampeão estadual. "Foi um gol que marcou muito. Ganhamos de 1 a 0, e depois do jogo teve invasão de torcedores, tiraram minha chuteira, meia, calção... Fui para o vestiário só de cueca", recordou, entre risos.
No ano seguinte, participou da Libertadores da América, quando o Criciúma ficou em quinto lugar. “Foi uma experiência maravilhosa, jogamos na Bolívia, no Peru, e com 20 anos, aquilo chamou muita atenção”, garantiu.
Além de fazer parte do elenco campeão da Copa do Brasil de 1991, mesmo não tendo jogado, Almeida também se orgulha de ter marcado um gol na própria Libertadores, onde consolidou ainda mais sua ligação com o time. "Tenho um carinho especial pelo Criciúma. Morei três anos embaixo da arquibancada com outros jogadores. Foi a base da minha vida", destacou. Mesmo após se aposentar, sua ligação com o Criciúma continuou forte, sendo coordenador de base e gerente de futebol durante gestões passadas e hoje é conselheiro do clube.
Com o futebol no sangue, Almeida vê seus dois filhos seguirem os seus passos. João Adriano joga em São Paulo com contrato profissional. Já Davi voltou ao Criciúma após passagem pelo Palmeiras. “Graças a Deus, a gente tem essa casa, o Criciúma, que deixa as portas abertas”, frisou.
Copa do Brasil de 1991: o dia em que parou para gritar ‘é campeão’
O dia 2 de junho de 1991 entrou para a história do futebol catarinense e, principalmente, ficou gravado no coração da torcida do Criciúma. Foi naquele dia que o Tigre, empatando com o Grêmio no estádio Heriberto Hülse, conquistou a Copa do Brasil, título inédito, que até hoje é lembrado por toda a torcida.
Na arquibancada, no sofá de casa ou trabalhando atrás das câmeras, muitos torcedores e profissionais guardam na memória momentos daquele dia, como Eduardo Panata, que na época tinha apenas 11 anos. “Lembro que fui com meu tio e meu avô, era muito pequeno e me lembro de poucos detalhes, mas nunca vou esquecer da gritaria. Eles berravam o tempo todo, a torcida estava enlouquecida. Quando acabou, a gente teve que sair correndo porque deu briga com a torcida do Grêmio e a polícia chegou com tudo”, relembrou.
Já Benoni Elias, com 28 anos à época, viveu tudo pela televisão. Torcedor do Internacional desde a infância, nem cogitou torcer para o Grêmio. “Torci para o Criciúma porque nunca na minha vida vou estar do lado do nosso rival. Lembro de ver pelos jornais que a cidade de Criciúma virou uma loucura”, ressaltou.
Enquanto muitos vibravam na torcida, Adailton Martinelo estava no meio do caos. Novo na profissão, ele era cinegrafista da RBS TV e foi escalado para cobrir o jogo que marcaria a história de Criciúma. As imagens feitas pelo cinegrafista se tornaram preciosas para a memória do clube. “Estava com uma câmera daquelas antigas, com VT pendurado nas costas, gravando fita. Subi numa casamata para registrar tudo. O técnico mandou eu gravar os torcedores. Acabou o jogo, puxaram cabos achando que era cobra, por isso ficou sem luz. Era uma loucura", lembrou.
Com o caos do pós-jogo, parte das imagens foram perdidas. O que restou foram as imagens que Martinelo havia feito, entre elas o momento em que Itá ergue a taça e a torcida explode em festa. Hoje, as imagens feitas naquele dia são mencionadas com orgulho pelo cinegrafista. “É nostálgico lembrar, né? Uma alegria imensurável. Estar ali, no início da profissão, gravando um momento histórico.. Foi uma felicidade que não se explica”, pontuou.
Texto produzido por Fillipi Debrida e Mariana Duarte, acadêmicos do curso de Jornalismo do UniSatc (Centro Universitário Satc), sob supervisão da professora Nadia Couto.
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