Cinco anos

Cinco anos após, crime macabro se repete

Por Daniela Niero - danielaniero@engeplus.com.br

Em 07/05/2010 às 07:55

No final da tarde do dia 18 de maio de 2005, terminava de forma trágica um dos casos de maior repercussão na cidade, acompanhado diariamente pela mídia e população. Após 15 dias de buscas e intensas investigações, agentes da Central de Polícia de Criciúma, coordenados pelo delegado Carlos Emílio da Silva, localizavam o corpo da menina Andreza Nunes Hilário, de 9 anos. Em comum aos casos de Andreza e Kenifer, o mês em que os crimes ocorreram, a idade próxima das meninas e, o fato de ambas terem sido violentadas e estranguladas. 

“Tínhamos um suspeito desde o início e por esse motivo resolvemos monitorá-lo dia e noite. Nossa esperança era de que a menina estivesse sendo mantida em cativeiro viva, o que infelizmente não aconteceu. Com o passar dos dias e as chances remotas de encontrar Andreza com vida, prendemos o suspeito com autorização judicial. Ele acabou nos relatando de forma fantasiosa que teria visto um outro homem levar a garota ao local onde posteriormente ela foi encontrada. O suspeito em momento algum admitiu, mas as provas eram contundentes e apontavam diretamente em sua direção. Nós nunca tivemos dúvidas da autoria”, relembra o delegadoCarlos Emílio. 

O crime
Andreza foi encontrada no final de uma tarde chuvosa, enterrada em meio a um matagal nos fundos da escola onde estudava no bairro Naspolini. A cena do joelho da menina por sobre a terra, aparecendo o uniforme, chocou policiais e representantes da imprensa que acompanhavam a remoção do corpo. “Ele havia estupradoAndrezae respondia pelo crime. Havia uma audiência marcada para tratar desse assunto e por esse motivo resolveu matá-la. Decidido, primeiro o criminoso atraiu a criança ao local, arrastou para aquele descampado e após violentá-la, a estrangulou até à morte, enterrando a garota em uma grota”, contaEmílio. 

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A pressão
Assim como ocorre agora, na época a imprensa e a população exigiam ações rápidas dos agentes de segurança. No entanto a tática da polícia foi manter as investigações em sigilo, o que provocou manifestações e passeatas de populares no centro da cidade cobrando ainda mais. “Em casos de grande pressão contínua e de comoção popular como aquele, é que se demonstra o preparo policial para lidar com a situação. A racionalidade e frieza são fundamentais para a condução dos trabalhos. Na época optamos pelo silêncio e só viemos a público quando o crime havia sido elucidado”, relembra o delegado. 

Com 20 anos de profissão, um dos agentes mais respeitados, em função da dedicação ao setor de investigação, o policial Luiz Darci Dal Farra atuou no caso de Andreza e agora trabalha no deKenifer. No primeiro a polícia tinha um suspeito, mas não sabia se a menina estava viva ou morta. Agora existe um corpo, mas não há um suspeito inicial. 

“Estes estão entre os casos mais complexos em que já trabalhei, principalmente por envolver criança, o que sempre choca”, comenta Dal Farra. Diferente do crime cometido contra Andreza, acredito que o deKenifertenha sido coisa de um drogado ou maníaco”, comenta o agente falando sobre o modo terrível como a criança foi encontrada morta e pelo fato do estupro seguido de assassinato ter sido cometido muito próximo da casa da vítima, em local que poderia ter sido flagrado. 

Questionado sobre as cobranças, Dal Farra afirma que não dá para se deixar levar pela pressão. “ No caso da Andreza tínhamos o suspeito, mas também poderia ser que não fosse ele, e não sabíamos se a menina estava presa num cativeiro. Neste temos várias linhas, mas não um suspeito concreto. Tanto naquele como neste caso trabalhamos dia e noite e todas informações são checadas”, completa. 

A autoria
O autor do crime que vitimou Andreza, M.P.P., de 71 anos, foi preso e morreu meses após no Presídio Santa Augusta. No caso deKenifer, a polícia segue trabalhando dioturnamente em busca do assassino. Dois suspeitos já foram interrogados.

(Fotos: Arquivo do Jornal da Manhã) 

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