Siderópolis

Grupo Trem de Ferro completa 40 anos

Por Redação Portal Engeplus

Em 14/09/2017 às 21:05
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Foto: Divulgação

O Grupo Trem de Ferro está completando 40 anos. Para celebrar a data, no próximo dia 23 de setembro uma festa será realizada no Centro de Eventos São Luiz Orione, no centro de Siderópolis, a partir das 19h30min, com uma paella de carnes brancas e muita música.

O objetivo principal do evento é reunir os músicos da época, não só do Trem de Ferro, mas de outras bandas daquele tempo, já que a formação surgiu de certa forma para compensar a grande falta que fez o grupo American Night (banda de sucesso da região) depois que encerraram suas apresentações na década de 70.

“Queremos trazer os integrantes antigos e todos que faziam música na nossa cidade. Vamos comercializar camisetas e DVDs da banda”, conta Rosemar Romoaldo Rossa, o Kika, um dos integrantes do Trem de Ferro.

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História

O início da banda eles não sabem bem ao certo, mas o batismo do Grupo Trem de Ferro tem data e local. No dia 25 de setembro de 1977, na cidade de Maravilha, no oeste catarinense, os então jovens Jair Cardoso, o Jaí; Lúcio Flávio da Luz, o Flavinho; e Kika, entre 18 e 21 anos, subiram ao palco do Encontro Mobral Cultural de Santa Catarina. Hoje, Jaí está com 59 anos, Flavinho com 63 e Kika com 61. O que os três ainda têm em comum é o amor pela música que levam com seriedade e atividade principal em suas vidas.

O encontro cultural que deu início ao Trem de Ferro premiava diversas categorias. Entre elas, as poesias, o canto individual, canto coletivo, instrumental individual e instrumental coletivo. A então banda sem nome cantaria a música “Navegador”, composição de Jaí. Quando perceberam que todas as bandas entravam no palco e falavam a cidade de onde vinham e o nome da sua banda, sobrou para Flavinho, que pegou o microfone e de imediato emendou “Grupo Trem de Ferro de Siderópolis!”, na mesma hora Jaí e Kika riram, mas o nome pegou.

Os três são os únicos que estão desde a formação inicial. Muitos músicos já passaram pela banda nesses 40 anos, que atualmente conta com sete integrantes: Jaí (voz/violão), Flavinho (voz/percussão), Kika (voz/guitarra/solo), Geraldo Carminatti (percussão), Fernando Antunes (percussão), Wilson Medeiros (bateria) e Daniel Cercená (contrabaixo). Eles divertem festas e eventos da região com MPB, samba raiz, forró e baião.

Antes mesmo de ter nome, lá na década de 70, a banda animava festas de aniversário e cantavam nas missas de domingo, com o Grupo de Jovens Corrente. Mas o que realmente gostavam era de cantar em festivais de música, levando a cultura de Siderópolis para todo o estado.

De tanto participar de festivais de música, o grupo decidiu organizar o seu próprio em 1982, em Siderópolis. O evento levou o nome de Festival da Música Popular de Siderópolis (Fempos), e teve três edições. Na sua segunda edição, em 1997, o festival teve como campeã a dupla Marlon & Maicon, derrotando o Trem de Ferro na final. “Se tivéssemos ganhado aquele festival, nós é que teríamos música na novela da Globo”, comenta Flavinho, aos risos. O último Fempos ocorreu em 2002, e eles foram responsáveis somente pela organização.

Agenda cheia

Em 40 anos de banda, eles nunca ficaram parados, por isso, podem dar-se ao luxo de raramente ensaiar e estarem sempre preparados para as apresentações, que são muitas. “Quem movimenta a agenda é o Jaí, que faz a maioria dos contatos. Mas recebemos ajuda do amigo Mario Vieira, que trabalha como uma espécie de empresário divulgando o trabalho por onde vai. Ele fala bem da banda e fecha os shows”, revela Flavinho.

O Trem de Ferro já realizou shows por três vezes no Rancho do Neco, em Florianópolis, considerado o local mais famoso de música popular em Santa Catarina. Também já abriram shows nacionais na tradicional Festa do Colono, em Siderópolis. “Abrimos o show do Jair Rodrigues para mais de oito mil pessoas. Temos boas lembranças do show da Lecy Brandão, mas o melhor foi o da dupla Rick & Renner, haviam mais de 10 mil pessoas no local”, lembra o guitarrista Kika.

Todo ano, eles animam a Feijoada da Unicred e o encontro regional dos médicos do estado. Segundo eles, são essas apresentações que abrem as portas. Muitas vezes alguém está no show, gosta da banda, das músicas que apresentam e os contrata para outro evento.

“Fizemos um show na Festa da Gastronomia de Nova Veneza. Um grande empresário da região gostou e fechamos um contrato para o aniversário de Maracajá. A agenda está cheia”, conta Jaí, orgulhoso. O cantor ainda lembra que no dia 4 de outubro a banda estará no aniversário do Criciúma Clube, e no dia 5 do mesmo mês, na Feijoada do Clube Mampituba.

Gravação do DVD

Tantos anos de sucesso não poderiam ficar somente na memória de quem vivenciou, cantou e dançou com as apresentações da banda. Por conta disso, em 2015 eles gravaram o primeiro DVD, intitulado “Ao Natural”, que conta com nove faixas pot-pourri e que vendeu mais de mil cópias. As gravações foram realizadas graças à ajuda de empresas da região, e ocorreram na Casa de Eventos Estação Trem de Ferro. O lugar pertencia ao vocalista Jaí, e servia de encontro para os amigos, além de outras bandas da região que se apresentavam e trocavam experiências.

“O Estação Trem de Ferro funcionou por três anos, de 2013 a 2015, e foram momentos únicos e especiais vividos lá dentro. Por muito tempo foi o único local de lazer musical em Siderópolis. Dávamos oportunidades a jovens talentos da nossa cidade, pois sabíamos que não vamos fazer música pra sempre”, explica Jaí.

“Cada show é único”

Na maioria das vezes, se o público é grande e for a primeira vez em que estão se apresentando no local, eles ainda ficam nervosos. “O Kika é o que fica mais nervoso”, contam aos risos Jaí e Flavinho. Mas eles reconhecem que apesar da experiência, o nervosismo é geral. Segundo eles, ainda sentem um frio na barriga nos cinco primeiros minutos de cada apresentação.

Entre todos os shows realizados, há um acordo geral em reconhecer que o mais especial foi durante um encontro de amigos em Joinville, há dois anos, onde todos cantaram e dançaram as músicas. “O melhor é quando acontece essa participação geral do público, isso nos motiva ainda mais”, explicam.

Um exemplo desta força que vem da plateia ocorreu nas apresentações que realizaram no Asilo São Vicente de Paulo, em Criciúma. Com emoção, eles contam que os idosos cantaram todas as músicas, dançaram e se divertiram. No final, ainda pediram para a banda voltar. No ano passado, foram três apresentações no local. A desse ano está para acontecer.

Em uma dessas apresentações no asilo São Vicente, a banda inteira chorou quando entoaram uma canção de Natal. “Isso nos fez lembrar a importância de ter uma companhia até o fim de nossas vidas e de quanto é importante fazer o bem às pessoas”, afirma Flavinho.

Além das apresentações no asilo, o Grupo Trem de Ferro apoia com frequência entidades do município de Siderópolis, como a Apae, o Lions Clube e a Academia de Letras e Artes de Siderópolis (Alasi). Além disso, o conjunto também marca presença em várias festas beneficentes da região.

Futuro da banda

Se algumas pessoas pensam que os músicos estão cansados depois de 40 anos de estrada, se enganam. O sonho da banda, primeiramente, é chegar aos 50 anos de palco. Mas até lá querem a oportunidade de se apresentar no Mercado Público, em Florianópolis, na OktoberFest de Blumenau e em Balneário Camboriú. Este último, com um objetivo exclusivo, o de abrir portas para voos ainda mais altos.

Ao serem perguntados se iriam para o eixo Rio/São Paulo caso a oportunidade aparecesse, Jaí respondeu de bate-pronto: “Com que roupa eu vou?”. Seguido de risos dos integrantes. E dessa forma, com esse espírito jovem e sonhador que o Grupo Trem de Ferro segue se dedicando a boa música, e sendo gratos a ela nestas quatro décadas. Assim, o grupo é a maior prova de que com amizade, dedicação e profissionalismo é possível chegar onde se quer e com a idade que for.

Colaboração: Celso Lúcio da Luz / Comunicação Siderópolis

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