Por Willi Backes
Em 07/04/2022 às 09:04PRODUÇÃO E COMÉRCIO, BASE ECONÔMICA
Entre os anos de 1918 e 1919, Frederico Oderdenge montou a primeira casa comercial da Colônia de Forquilhinha. Pouco mais que uma bodega. Em 1920, Oderdenge vendeu o negócio para Gabriel Arns. Este ampliou a casa comercial, construiu uma fábrica de banha e para tanto, comprava suínos abatidos na Colônia de Forquilhinha.
Em 1923, Gabriel Arns comprou um beneficiador de arroz, um locomóvel a vapor, montou uma serraria e uma olaria, tudo movido por máquina de vapor. Já em 1925, produzia 3 mil caixas de 60kg de banha, centenas de jacás de carne salgada e 3.000 sacas de 60kg de arroz beneficiado. Via Cresciúma, seguia exportação de banha e carne até para o Rio de Janeiro, Capital Federal, através do Porto da Laguna.
Após a fundação ocorrida em 1912 até o ano de 1925, a Colônia de Forquilhinha pertencia ao território do município de Araranguá, e era lá que ocorriam serviços comerciais e cartoriais.
A vila “Colônia di Nuova Venezia”, hoje Nova Veneza, era também local de fundamental importância para compra e venda da produção e fornecimento de insumos para consumo, reposição e manutenção. A empresa de Nova Veneza Bortoluzzi & Irmãos, fábrica de produtos suínos, carne, banha e embutidos, liderada por Alfredo Bortoluzzi, manteve por décadas laços comerciais com Forquilhinha e toda as comunidades circunvizinhas.
UNIÃO COLONIAL, COOPERATIVISMO EM FORQUILHINHA
Em 14 de Junho de 1935, foi formatada a cooperativa e eleita a primeira diretoria da Sociedade União Colonial, em Forquilhinha, com comparecimento e assinatura de 49 pessoas, a partir daí considerados associados.
O Padre Paulo Linnartz já em Forquilhinha desde 1932, foi de fundamental importância na formação da Sociedade. Através de documento por ele enviado para a Alemanha, para iniciar operação da Sociedade, foi conquistado empréstimo de 13.490 contos de réis junto a Associação do Reino Católico de Alemães Estrangeiros (R.K.A). Cada associado assumiu compromisso de 2 contos de réis para constituir o capital social da nova Entidade.
Gabriel Arns foi eleito presidente, tendo Geraldo Westrup como vice. Fizeram parte ainda da diretoria Bernardo Eyng, Rudolfo Michels, João Kurtz Filho, Geraldo Back, Leonardo Steiner, Adolfo Back, Henrique Arns, Jorge Arns, Gregório Hoepers, Alfredo Steiner, Joaquim Junkes e Antônio Preis.
No dia 26 de Maio de 1936, a Sociedade União Comercial inaugurava nova e moderna fábrica de banha, adequada e orientada pela Inspetoria Federal de Produtos de Origem Animal.
Em Novembro de 1937, a Sociedade União Comercial inaugurava a Fábrica de Laticínios, com beneficiamento do leite e produção de queijo com a marca “Suco”, atendendo o sul catarinense e principalmente o mercado do Rio Grande do Sul. A queijaria foi mantida pela Sociedade por mais de 30 anos. Em 1947 a Sociedade União Colonial adquiriu a primeira linha telefônica de Forquilhinha, uma das primeiras do município de Cresciúma.
A Sociedade União Colonial por décadas atuou atendendo as comunidades circunvizinhas, tendo também criado moeda própria para compra e venda de produtos e mercadorias.
Em 1948 a Sociedade União Colonial ampliou as suas instalações, construindo uma ampla loja para atendimento aos associados e o público em geral de toda a região. Também nesse ano, a Sociedade comprou caminhão marca Chevrolet, da empresa Hoepcke S.A. de Florianópolis. Em 1954, a Sociedade já com a denominação de Cooperativa, adquiriu beneficiador de arroz e a atafona.
Em 11 de Julho de 1965 foi fundada a Cooperativa Agropecuária de Forquilhinha Ltda, sucedânea da União Colonial S.A. Foram eleitos e empossados Presidente Dionísio Nuernberg, Gerente Geral Ado Steiner e Secretário Albino Preis. Faziam parte do Conselho de Administração Afonso Forgiarini, Samuel Vitali, Fidélis Back e Mateus Eyng.
Desde a fundação da colônia em 1912 até a emancipação político administrativa de Criciúma em 1989, o território de Forquilhinha sempre foi considerado o principal produtor de alimentos da região. Na agricultura se destacam a produção e industrialização do arroz, milho, feijão, fumo, batata, soja, hortifrutigranjeiros e frutas. Na pecuária, criação e indústria de transformação dos derivados da suinocultura, avicultura, piscicultura e rebanho bovino leiteiro e de corte.
AGENCIA POSTAL EM FORQUILHINHA
A hoje denominada Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foi fundada no Brasil em 25 de Janeiro de 1663, com a denominação de “Correio-Mor das Cartas do Mar”. Em Santa Catarina a primeira linha postal, inicialmente apenas via marítima, foi fundada em 30 de Novembro de 1830 na Província da Laguna.
Junto com o crescimento e desenvolvimento econômico das comunidades, foram acrescidos serviços de linhas telegráficas e transporte terrestre via férrea fazendo uso de malotes postais. Em 16 de Novembro de 1894, foi iniciada linha com entrega regular de malotes vindos de Laguna, via Urussanga, chegando em Criciúma e finalizando serviços na comunidade Vila de Nova Veneza.
Em Outubro de 1930 foi criado e instalado agencia postal na Colônia de Forquilhinha, tendo Leonardo Steiner como primeiro agente, nomeado por Getúlio Vargas, Presidente da República, durante o Estado Novo. Em 1942 o posto foi levado para o Bairro Mãe Luzia.
Em 1955, já com a denominação de Agência do Correio e Telefônica, voltou a ter estrutura em Forquilhinha, sob o comando do senhor Apolinário Tiscoski.
Foto/Reproduções:
4. Sociedade Colonial 1936
4.1. Sociedade Colonial/Cooperativa Anos 70.
4.2. Rua Central – Café do Poli, Sociedade, Hotel e Atafona anos 50.
4.3. Centro e Área Agrícola anos 50.
4.4. Alameda Filipe Arns anos 50
4.5. Apolinário “Poli” Tiscoski, agente postal.
4.6. Dionísio Nuernberg, Presidente Cooperativa Agropecuária.
4.7. Sociedade Colonial e Queijaria.
4.8. Moeda monetária na Sociedade Colonial.
4.9. Propriedades Forquilhinha 1926.
4.10. Fábrica de Banha Anos 30-40.
Do autor:
26 de Abril (Parte 4) - Em pequenos “partes/capítulos”, pesquisados em obras publicadas pelo Prof. Adolfo Back e inúmeras Famílias residentes, bem como em arquivos oficiais e públicos, resumo da trajetória histórica da comunidade de Forquilhinha.
Escusas pelos eventuais equívocos e/ou lapsos históricos.
Leia mais sobre:
foquilhinha,
110 anos de fundação,
Colonização Alemã.
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