Por Redação Engeplus
Em 28/02/2017 às 09:35ESPECIAL / Vinicius Alexandre R. Fabrício
Num primeiro momento e de longe ele até me deixou em dúvida - o Toyota Prius é um sedã? Chego mais perto e logo percebo que estou diante de um hatch (porta-malas integrado ao compartimento de passageiros – ou simplificando - porta-malas com vidro).
Também foi fácil notar que algo diferente me esperava. O design do carro é algo que eu classificaria entre o muito moderno e o moderníssimo, algo que poucas montadoras têm coragem de lançar no mercado nacional, pois creio que não há dúvidas de que a grande maioria dos consumidores brasileiros de veículos tem tendência ao clássico, e nisso eu me incluo.
Ainda falando de aparência, que confesso estranhei de início, notam-se as longas e às vezes agudas linhas que se explicam no fato de que o veículo foi concebido tendo como meta principal a otimização do consumo, e portanto, buscam a obtenção de um baixo coeficiente aerodinâmico. Ou seja, a habilidade de cortar o ar.
A chave é do tipo presencial e dá acesso a um amplo interior (que seria digno até para um sedã médio) com acabamento e linhas modernas. Nada tão excêntrico quanto o exterior, o que achei bem positivo, pois dá o devido contraste com o visual da parte de fora. O painel é centralizado e completamente digital. Logo abaixo está o bonito console central que possui central multimídia com tela de 7 polegadas, com GPS, câmera de ré com linhas adaptativas, DVD player e TV digital. Completam ainda o console os comandos do ar-condicionado, que é dual zone e conta com sensores que direcionam automaticamente o fluxo de ar para os bancos ocupados.
Não fiz questão de testar por questões climáticas, mas o carro conta com bancos dianteiros com aquecimento. Todos em couro preto e de acabamento impecável, com apoio de braço dianteiro e traseiro (rebatível), regulagem elétrica de lombar para o motorista e sistema ISOFIX para cadeiras infantis. Também elétricos os retrovisores com função de rebatimento e o interno com antiofuscante.
A alavanca de câmbio foi a primeira surpresa. Ela lembra e é como se fosse um joystick. Aliás, a própria Toyota a chama assim, pois retorna à posição original assim que a escolha de marcha é feita (D, N, R, B), sendo que o B aciona uma espécie de freio-motor (que além de segurar o carro, ajuda a carregar a bateria mais rápido) e o P é acionado por um botão separado ao lado esquerdo da alavanca, e do outro lado estão os botões que selecionam os modos de condução. Além das esperadas entradas auxiliares e tomadas de energia, a segunda surpresa ficou a cargo da existência de um carregador de celular wireless (sem-fio) – uma pena que meu aparelho não era compatível.
A cereja do bolo da parte interna – Sistema de áudio JBL!
Aperto o botão para a partida e tudo parece como antes - silêncio absoluto. Não ligou, penso eu, e vou conferir se não fiz nenhum procedimento errado. Verifico que de fato há um erro, mas é de pensar que o carro por ser híbrido (elétrico-combustão) assim funcionará o tempo todo.
O carro já está ligado e fazendo uso apenas do motor elétrico, sendo que o motor a combustão, um 1.8 16v, é acionado apenas acima dos 40km/h, em situação de alta aceleração ou quando o sistema detecta que a bateria está ficando com um nível baixo de carga. Ainda estacionado, sinto que o motor a combustão entrou em funcionamento e no painel vejo a informação de que a bateria está sendo carregada, o que vale dizer, não demora mais que alguns poucos minutos. Assim, com o carro apenas no motor elétrico, começa a minha primeira experiência com um carro híbrido.
Doso o acelerador para que apenas o motor elétrico empurre o carro até os 40km/h e isso lentamente acontece no mais absoluto silêncio. Passada a velocidade limite é possível sentir o ronco do motor que acabou de entrar na brincadeira. Digo isso, pois para quem torcia o nariz ao ouvir falar em carro elétrico ou híbrido, o carro me surpreendeu ao ser extremamente divertido e gostoso de dirigir.
Não espere o desempenho de um esportivo, mas também nada de fraqueza. Apesar do câmbio automático ser do tipo CVT (contínuo ao invés de possuir diversas velocidades – e talvez possa ser esse o segredo), o conjunto feito com os dois motores entrega potência e torque suficientes para um rodar prazeroso, mesmo que o modo de condução esteja configurado no modo de economia e também muito silencioso, ainda que no modo Power (equivalente ao Sport). Há ainda um modo normal e o modo EV (Eletric Vehicle), que deve ser usado apenas para pequenas manobras.
Para parar e se manter na pista, o carro possui freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, controle de estabilidade e de tração que funcionam bem, mas pude verificar que o pedal do freio trepida bastante quando em frenagem de emergência (normal dos freios ABS, contudo menos perceptível nos sistemas mais modernos) e um pouco de rolagem da carroceria, tanto frontal quanto lateral, o que talvez seja culpa do acerto da suspensão visando conforto e também do perfil um pouco alto dos pneus (195/65/R15). O pacote de segurança tem ainda generosos 7 airbags, duplo frontal, duplo lateral, cortinas e o grande destaque, airbag para o joelho do motorista.
Faróis e lanternas são todos em LED que facilitam o ver e o ser visto e para que o motorista não tire os olhos da pista e desvie a atenção para o painel central, há uma projeção 3D no para-brisas trazendo as informações básicas necessárias, destacando ainda o assistente para partida em rampas.
Para finalizar e talvez matar a curiosidade de muitos, o carro apesar de ter motor elétrico não precisa nunca de tomada para carregar a bateria, pois esta é carregada pelo motor à combustão e também por meio de frenagem regenerativa utilizando e transformando energia cinética em elétrica (genial!), sendo que todo o sistema possui garantia de 8 anos.
O veículo foi cedido gentilmente pela Concessionária Mercosul Toyota Criciúma
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