Bairro Renascer

Mães dizem que 28 crianças autistas estão sem auxiliar em escola de Criciúma

Manifestação foi realizada no fim da tarde desta quinta-feira

Por Jessica Rosso Crepaldi - jessica.rosso@engeplus.com.br

Em 17/04/2025 às 18:43
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Mães e alunos realizaram uma manifestação no fim da tarde desta quinta-feira, dia 17, em frente a EMEB Profª Clotildes Maria Martins Lalau, no bairro Renascer, em Criciúma, alegando a falta de auxiliares educacionais, conhecido popularmente como segundo professor, para acompanhar 28 alunos autistas em sala de aula. 

Uma das mães, Adriana Borges Eiroff, que é também a vice-presidente do bairro, disse que luta há três anos para que a filha de 8 anos, que está no 3ª ano do ensino fundamental, tenha o segundo professor. “Este ano conversei com a Andreia da Secretaria de Educação e ela me disse para esperar até fim de março. Em uma reunião que foi feita aqui na escola, ela estava presente e disse que não falou nada disso. Outras mães me falaram que aconteceu a mesma coisa e isso me motivou a fazer o protesto”, afirmou. 

A avó Rosangela Sabino Fraga disse que a neta de 4 anos recebeu o laudo em novembro do ano passado e que esse ano tem tido mais dificuldade em finalizar atividades que antes realizava depois da escola.“Ela está mais estressada e tem tido mais crises. Antes, chegava e dávamos desenho para ela pintar. Hoje ela não termina porque começa a ficar irritada. Ela tem dificuldade com mudança de rotina e no caminho de volta da escola fica incomodada”, pontuou.

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A mãe Andreza Rodrigues Fernandes afirmou que o filho de 8 anos está em uma turma com outros dois autistas. “A professora tem que atender todos os alunos para depois atender os três e ainda dar a medicação. Ele fica bem agitado. Agora colocaram uma estagiária para cuidar dele. Eu não quero uma estagiária, quero uma segunda professora, com formação, especializada para ele”, ressaltou. 

Foto: Jessica Rosso Crepaldi/Portal Engeplus

A gerente de assuntos educacionais específicos da Secretaria de Educação, Andreia Berto, admitiu que há uma falta de profissionais na instituição de ensino devido a falta de interesse pelas vagas.

Segundo ela há duas vagas abertas desde fevereiro que não foram preenchidas para o segundo professor, e mais 15 vagas que surgiram após a avaliação da equipe multidisciplinar. Recentemente o Legislativo criciumense aprovou um projeto que cria mais vagas para professores auxiliares para suprir a demanda.

“Tem algumas regiões do nosso Município que pela localização há uma demora para o preenchimento das vagas. A vaga vai para a escolha só que eles não escolhem, tem vaga que vai e volta. Temos vagas nessa escola, estamos chamando profissionais desde fevereiro e eles não querem, não assumem", disse. Ela disse ainda que o Executivo vai continuar buscando por profissionais para a escola. "A escola tem a equipe dela que faz o suporte. Os alunos não estão desassistidos. Nós enquanto Secretaria de Educação estamos fazendo de tudo para suprir essa demanda que tem crescido muito”, frisou.

Ainda conforme a gerente, foram recebidos 30 pedidos para auxiliares de serviços educacionais dessa escola que passam pela equipe multidisciplinar composta por neuropediatra, psicólogo, neuropsicopedagogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo que fazem uma avaliação biopsicossocial verificando a necessidade de suporte, conforme determina a Lei Berenice Piana de 2012.  As avaliações apontaram que apenas 15 necessitam deste suporte especializado, e que os outros 15 podem ter somente o monitor (estagiário), que também está com vagas abertas.

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