No Limite do Fato

Uma lição da História para quem quer ser isentão e limpinho, acreditando na boa intenção de outros

A lição é emblemática, porque mostra a diferença crucial entre inimigo e concorrente

Por Aderbal Machado - aderbal.machado@engeplus.com.br

Em 14/04/2021 às 11:51
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O artigo é de Alexandre Borges, que copiei. Trata de um dos episódios decisivos que acabaram por garantir a Hitler os meios de deflagrar a Segunda Guerra Mundial com a conivência tácita de países do mundo ocidental, depois invadidos e subjugados pela Alemanha Nazista. Neste episódio, Winston Churchil mostra uma personalidade de conhecimento da realidade, mas não foi ouvido e deu no que deu.

 "Churchill tem uma mensagem para o isentão “não sou de esquerda nem de direita” ou “liberal com preocupação social”. Em setembro de 1938, reuniram-se em Munique o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Édouard Daladier, entre outros. É o momento mais importante da história da “política de apaziguamento”.

Hitler organizou a reunião e conseguiu o que queria, a anexação dos Sudetos, região da atual República Tcheca, com a promessa de que seria sua última reivindicação territorial (podem rir). Chamberlain assinou o famigerado “Acordo de Munique” e voltou triunfante para a Inglaterra. Ao desembarcar no antigo aeroporto de Heston, em Londres, Chamberlain proclamou o infame discurso “Peace in our time” em 30 de setembro. Foi recebido com festa por todos que colocaram seus delírios e utopias pacifistas acima da realidade.

Winston Churchill, ao falar sobre o acordo, presenteou o mundo com uma das suas mais famosas frases: “Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e terão a guerra”. O resto é história: em 10 de março de 1939, Hitler dá uma banana para o acordo e invade a antiga Tchecoslováquia.

Em 1 de setembro, a Alemanha ataca a Polônia e começa a Segunda Guerra Mundial. Erik von Kuehnelt-Leddihn (1909–1999), autor do clássico “Leftism Revisited: From De Sade and Marx to Hitler and Pol Pot”, já avisava que não se deve confundir “concorrente” com “inimigo”. Ele explicava dizendo que se você tem uma loja de sapatos e abre outra loja ao lado, ela é sua concorrente. Se aparece alguém querendo proibir o comércio de sapatos, é seu inimigo. Faz toda a diferença.

Numa guerra, é preciso ter uma noção clara de quem é um eventual concorrente, que tem diferenças pontuais com você, e quem é seu inimigo, quem quer eliminar você.

Sua sobrevivência depende do entendimento de quem é quem. Você pode, por exemplo, não ser fã de Marcelo Crivella, mas se você acredita e defende o que a sociedade ocidental construiu desde os primeiros experimentos de democracia da antiguidade clássica na Grécia, a extrema-esquerda do PSOL não é sua concorrente, é sua inimiga.

Veja o que seus irmãos ideológicos fizeram na Venezuela se ainda não entendeu quem são e do que são capazes. Hitler foi capaz de assinar o Acordo de Munique assim como qualquer esquerdista assina “carta ao povo brasileiro” ou arruma uma “economista liberal” para posar de sua.

É assim que ganham tempo, enrolam os trouxas, juntam forças e fazem o que sempre pretenderam fazer, mas quando fica claro o que queriam desde o início pode ser tarde demais. Não são tempos para isentismos, afetações e nojinhos, é tempo de fazer escolhas, assim como Chamberlain fez a sua e Churchill também. Há tempos em que a covardia, a vaidade e a miopia cobram um preço alto demais."

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