NossaCasa

Forquilhinha/SC - 26 de abril (Parte 2)

110 anos de fundação colonização alemã e 33 anos de emancipação político administrativo

imagem do colunista

Por Willi Backes

Em 05/04/2022 às 10:14
imagem da noticia

ORIGEM DA DENOMINAÇÃO “FORQUILHINHA”

A palavra primitiva é forca forquilha, o diminutivo. Havia e há ainda hoje, na afluência do Rio Mãe Luzia no Rio Araranguá, uma localidade denominada Forquilha e, como no território de Forquilhinha, aflui o Rio São Bento no Rio Mãe Luzia, passaram o diminutivo Forquilha para mais um diminutivo, que resultou em Forquilhinha (Segundo relata o Professor Adolfo Back em seu livro “História de Forquilhinha”).

ORIGEM FAMÍLIAS COLONIZADORAS DE FORQUILHINHA

Origem das Famílias Alemãs vindas do Continente Europeu para o Brasil, Santa Catarina e mais tarde para a Colônia de Forquilhinha:

ARNS – Alemanha, Aldeia de Pünderich, margens Rio Mosel, 1846.

BACK – Alemanha, de Briedel, próximo ao Rio Mosel, 1847.

BACKES – Alemanha, de Löffelscheid, montanhas do Hunsrück, 1828.

BECKHAUSER – Alemanha, Birkenfeld/Hamback, do Hunsrück, 1862.

BERKENBROCK – Alemanha, Borghorst, Münsterland, Westfália, 1863.

BÖEING – Alemanha, de Borken/Münster, norte da Westfália, 1863.

BORGET – Alemanha, Legden, norte da Westfália, próxima Holanda, 1862

BUSS – Alemanha, de Stadlohn/Münster, norte da Westfália.

EYNG – Alemanha, Coesfeld, norte da Westfália, próximo Holanda, 1862

FEUSER – Alemanha, Rheinbach, Vilarejo de Busch, Westfália, 1860. 

FRITZEN – Alemanha, de Löffelscheid/Hunsrück, Prússia Ocidental, 1846

HEERDT – Alemanha, Borghorst, norte da Westfália, e Luxemburgo 1864.

HOBOLD – Alemanha, Coesfeld/Münster, norte da Westfália, 1862.

HOEPERS – Alemanha, Südlohn, Westfália, próximo da Holanda, 1862.

HORR – Polônia, antiga Prússia Ocidental, 1846.

JUNKES – Alemanha, Kenn/Trier-Saarburg, Rio Mosel, 1829.

KAMMER – Luxemburgo, Obereisenbach, Vianden e Diekirch, 1844.

KESTERING – Alemanha, Metelen e Wreden/Münster, Westfália, 1862.

KUHNEN – Alemanha, de Briedel, Rio Mosel, Renânia.

KURTZ – Alemanha, de Saarbrüken, Frankfurt, 1862.

KÜLKAMP – Alemanha, Ahaus, Asbeck/Münster, Westfália, 1860 e 1868.

LOCH – Alemanha, Trier, região do Rio Mosel, Renânia, 1836.

MAAG – Alemanha, Norte da Westfália.

MEURER – Alemanha, Hatzenport e Löffelscheid, Rio Mosel, na Renânia.

MICHELS – Alemanha, Posterah, Beuren, Renânia, 1828.

NUERNBERG – Alemanha, Asbeck, Ledgen, norte da Westfália, 1862.

PREIS – Alemanha, de Schweich, região do Rio Mosel, 1828.

RICKEN – Alemanha, de Warburg/Detmold, norte da Westfália.

SCHMITZ – Alemanha, Löffelscheid, Montanhas Hunsrück, Renânia.

SCHMOELLER – Alemanha, Metelen/Münster, Westfália, 1862.

SCHNEIDER – Alemanha, Birkenfeld, montanhas do Hunsrück.

SEHNEM – Alemanha, Briedel, Rio Mosel, Renânia, 1846.

SPEGEL – Alemanha, Neuötting, Baviera, 1928.

STEINER – Alemanha, Niederbreiubach, Waldbreitbach, Koblenz, 1860.

TISCOSKI – Polônia, Prússia Oriental (nome de origem alemã Rosner).

WARMLING – Alemanha, Horstmar, norte da Westfália, 1861 e 1864.

WESSLER – Alemanha, Korndoerfer, 1863.

WESTRUP – Dinamarca, aldeia de Vestrup, Randers, 1828.

Nas primeiras décadas após a fundação de Forquilhinha em 1912, além das inúmeras Famílias com sobrenomes alemães, também contribuíram de forma significativa para a implantação e desenvolvimento da comunidade, sobrenomes germânicos e europeus como: Berlanda, Hahmann, Kalfels e Semler.

EDUCAÇÃO, PRIORIDADE NA COLÔNIA ALEMÃ

Em Dezembro de 1915 foi inaugurada a primeira Escola Estadual de Forquilhinha, construída pela própria comunidade, tendo por primeiro Professor Jacó Arns. Um ano antes, em 1914, Jacó Arns buscou estudos e aprofundamentos educacionais no Seminário Colégio Santo Antônio, de Blumenau, tendo por educador Frei Estanislau Schaette.

A primeira turma do educandário recém-criado teve 35 alunos das famílias residentes na colônia em Forquilhinha.

Em 1917 foi construída e fundada escola particular, mantida pela comunidade e administrada pela União Escolar de Forquilhinha, presidida por Gabriel Arns. A partir de 1920, devido a ampliação do educandário e número de 120 alunos, foi contratado o segundo educador, Professor Adolfo Back. A critério dos Professores, as principais matérias de ensino era Religião, Leitura, Aritmética, História do Brasil e Geografia.

Em 1925, devido à necessária ampliação do educandário para atender o significativo aumento de educandos, foi inaugurada nova ala com duas salas estruturadas.

ENSINAMENTOS DO PADRE PAULO LINNARTZ

Em 1932, Frei Mateus Hoepers, filho de um dos fundadores de Forquilhinha, foi pro continente Europeu, em Heidelberg na Alemanha, para Doutorado em Teologia. Na sua estada para estudos, conheceu e fortaleceu amizade com Reverendo Padre Paulo Linnartz, que desenvolvia trabalho educacional e social junto a mineiros poloneses e agricultores na região da Renânia. Convidado e desafiado para desenvolver trabalho com mesma profundidade e dedicação, e, autorizado pelos Bispos Superiores, Frei Paulo Linnartz transferiu residência para Forquilhinha. 

Em 1935, em uma das viagens e chegada de retorno da Alemanha do Padre Paulo Linnartz, veio acompanhado por cinco educadoras Irmãs Escolares de Nossa Senhora. 

A Unidade Escolar mantida pela comunidade funcionou até Setembro de 1942, quando o Professor Jacó Arns foi violentamente afastado e o educandário fechado por determinação do Estado, Governador Nereu Ramos e do Presidente da República Getúlio Vargas, no auge da Segunda Grande Guerra Mundial. A ordem ditatorial foi seguida de inúmeras incursões policiais no educandário e residências, com queima de livros, cartilhas, fotos e anotações educacionais no idioma alemão e, prisão de muitos imigrantes alemães residentes em Forquilhinha.

DO CONTINENTE EUROPEU, AS IRMÃS ESCOLARES

Em 1935 chegaram a Colônia de Forquilhinha vindas da Alemanha Oriental, de Breslau (hoje Polônia), trazidas pelo Padre Linnartz, cinco Irmãs da Congregação das Pobres Irmãs Escolares de Nossa Senhora, sendo elas as Irmãs Maria Adolfina Meissner, Maria Maximilia Kaboth, Maria Taís Cyranka, Maria Emelina Mahlich e Maria Ínnigo Likierski.

Em Novembro de 1936, segundo grupo de Irmãs Escolares vindas da Alemanha chegavam a Forquilhinha: Maria Theóphora Krzonkalla, Maria Honesta Janeck, Maria Apollônia Langer, Maria Beredina Wloka e Maria Achillea Bogusch.

Em Maio de 1937, a Ordem recebeu reforço de Irmãs vindas também da Alemanha, sendo elas as Irmãs Norberta Ogniewski, Hilda Skrzypczyk e Diethilde Mosler. A Irmã Norberta desenvolveu e coordenou inúmeros projetos sociais em Forquilhinha e demais comunidades circunvizinhas. Em 22 de Julho de 1972, com absoluto mérito, recebeu o título de “Cidadã Criciumense”.

Em 21 de Março de 1938 chegou o quarto grupo de Irmãs Escolares: Maria Thoma Maykowski, Gonsalva Riedel, Genovefa Sindermann, Maria Raphaela John, Maria Frumentia Wiesner, Maria Dietberga Kubina e Maria Leokrítia Biada.

IRMÃS ESCOLARES NA GESTÃO DO HOSPITAL SÃO JOSÉ

Já nos primeiros anos de atividades educacionais e sociais da Congregação das Pobres Irmãs Escolares de Nossa Senhora em Forquilhinha, a Entidade foi convocada para dirigir o Hospital São José, em Cresciúma.

Autorizada pela Provincial de Breslau e da Madre Geral de München/Munique, através de Lei Municipal, Cresciúma em 08 de Novembro de 1936, período do nomeado Prefeito Municipal Elias Angeloni, fez doação do Hospital São José à Ordem das Irmãs.

Hoje, após mais de 85 anos do início da gestão, o Hospital São José é um dos principais e mais importantes empreendimentos hospitalares filantrópicos em atividade no Estado de Santa Catarina. 

EDUCAÇÃO SOB REGÊNCIA DA IRMÃ NORBERTA

Em 1942 foi criada a Escola Mista Estadual em Forquilhinha, com três séries, funcionando no mesmo espaço físico da União Escolar. Inicialmente foram nomeadas pelo Governo do Estado como professoras, Laura Luz e Diva Amboni. Seguiram-se as nomeações das professoras Carolina Dagostim Paim e sua Irmã Yolanda Dagostim.

Em 1944 a Escola Mista Estadual passou para gestão das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, sendo as Professoras Regentes Irmã Maria Verônica Cesconetto e Irmã Maria Norberta Ogniewski, já ocupando o novo e moderno equipamento escolar edificado a partir de 1940.

Em 21 de Setembro de 1949, através de Decreto Estadual n. 92, foi criado o Curso Normal Regional, denominado D. Daniel Hostin. Durante as décadas de 50 e 60, o educandário sob a gestão das Irmãs Escolares de Nossa Senhora manteve internato feminino, acolhendo educandas de todo o sul catarinense, principalmente de Criciúma.

Em 1962, foi criado o Grupo Escolar Frei Baltazar em local edificado anexo à estrutura física já existente.

Em 01 de Janeiro de 1978 os educandários foram acolhidos na nova forma de gestão e denominação Colégio Sagrada Família. No presente, o Colégio Sagrada Família promove Educação Infantil – Berçário, Jardim 1 e 2, Ensino Fundamental do 1º ao 9º Ano e Ensino Médio.

 

Fotos/Reproduções:

2 . Encontro dos Rios Mãe Luzia e São Bento.

2 .1. Ampliação do Grupo Escolar.

2 .2. Irmã Maria Norberta.

2 .3. Padre Paul Linnartz 1ª Comunhão e Professores.

2 .4. Frei Franciscano, Homens e Jovens Residentes.

2 .5. Franciscanos e Senhoras da Comunidade.

2 .6. Fundadores e Descendentes.

2 .7. Hospital São José, Criciúma-SC.

 

Do autor:

26 de Abril (Parte 2) - Em pequenos “partes/capítulos”, pesquisados em obras publicadas pelo Prof. Adolfo Back e inúmeras Famílias residentes, bem como em arquivos oficiais e públicos, resumo da trajetória histórica da comunidade de Forquilhinha.

Escusas pelos eventuais equívocos e/ou lapsos históricos. 

Leia mais sobre:

Forquilhinha,

110 anos de fundação,

33 anos de emancipação.

Receba as principais notícias de
Criciúma e região em seu WhatsApp.
Participe do grupo!

Clique aqui