Por Willi Backes
Em 18/09/2024 às 10:24No Brasil, os “anúncios” de produtos nos uniformes de jogos dos clubes com futebol profissional, teve oficialmente início com o Sport Clube Corinthians Paulista, com a exposição da logomarca da Kalunga, no período de 1985 a 1994. A Kalunga se tornou empresa nacional em pouco tempo.
Também nos anos 80, o Criciúma Esporte Clube fez uso do merchandising em seus uniformes nos jogos oficiais. Na frente e no verso simultaneamente foram revezados os anúncios Carvão Mineral e Indústria Cerâmica. Na sequência, por muitos anos, a Cerâmica Eliane assumiu exclusividade do patrocínio master, depois seguiram-se outros, muitos, anunciantes.
Em 1987, antecipando a previsível falência do futebol brasileiro, dirigentes dos principais clubes constituiu o Clube dos 13, que na verdade foi formado por 16 clubes, três foram extra-convidados. Estes, de forma inédita e inovadora, quando da promoção da Copa União de 1987 (hoje campeonato brasileiro), captou patrocínio exclusivo e único nos uniformes com a marca Coca Cola. A Varig patrocinou as viagens aéreas e o Globo as transmissões televisivas.
Até a Seleção Brasileira de Futebol já teve patrocinador oficial com merchandising nos uniformes. Hoje, apenas o fornecedor de materiais tem exposição destacada nos uniformes dos jogos.
Nos tempos atuais nos clubes de todas as séries e estados, muitos dos uniformes ditos “mantos sagrados”, foram transformados em anúncios varejistas com qualidade e resultados duvidosos.
APOSTAS TEMPORÁRIAS NO FUTEBOL
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, a indústria de cigarro foi o mais importante financiador e patrocinador da produção cinematográfica e dos esportes, dentre estes o futebol e o automobilismo no planeta. De repente, não mais do que de repente, o cigarro foi proibido de anunciar e quase que abolido do meu social. Tarde demais, os consumidores em potencial já haviam sido conquistados, viciados pelo consumo. Hoje, a indústria fumageira do Brasil e de boa parte do planeta é de propriedade da Coroa Inglesa. A indústria continua faturando alto e o governo arrecadando imposto de 80% do valor comercial.
Nada diferente com o que está acontecendo agora aqui no Brasil e em todas as principais competições de futebol no mundo. A banca de apostas tomou conta dos meios de comunicação, patrocínio dos clubes e das próprias competições. As apostas esportivas foram aprovadas no Brasil em 2018. As principais “bancas” tem sede no Reino Unido/Inglaterra, Grécia e Gibraltar. No Brasil já atuam mais de 2000 organizações, sendo as principais a Bet 365, Betfair e Betano, que também é patrocinador master do próprio Campeonato Brasileiro de Futebol. As projeções indicam que em 2025 as bancas de apostas faturarão algo em torno de 130 bilhões de reais. O Governo Federal cobra para liberação de funcionamento, prazo de 5 anos, valor de 30 milhões em impostos, por empresa.
Hoje no Brasil, a imensa maioria dos meios de comunicação, clubes de futebol e as próprias competições, são absolutamente “dependentes” dos valores das mídias das casas de apostas. Dependências são iguais aos vícios. Quando a maioria dos populares e clubes estiverem viciados nos jogos eletrônicos e valores patrocinadores, as casas de apostas sairão dos mercados de investimentos. Fácil prever que a estratégia mercadológica das casas de apostas formará milhares de dependentes viciados nos jogos e, mídia e clubes abanando chapéu da penúria. Final de um novo ciclo.
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