Por Rafaela Custódio - rafaela.sousa@engeplus.com.br
Em 25/06/2025 às 11:36Na manhã desta quarta-feira, dia 25, a Polícia Civil de Imbituba deflagrou a segunda fase da Operação Castelo de Barro, visando dar cumprimento a sete mandados de busca e apreensão, dentre eles na residência de um vereador eleito na última eleição municipal em outubro de 2024. A nova fase decorre do aprofundamento das investigações que apuram os crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral (compra de votos), caixa dois e lavagem de dinheiro.
A investigação, que iniciou em outubro de 2024, revelou inicialmente um esquema de desvio de saibro (material resultante da decomposição de rochas ) contratado pelo município, com prejuízo estimado em mais de meio milhão. A primeira fase, deflagrada em 8 de janeiro de 2025, resultou na prisão preventiva dos proprietários da empresa contratada, cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento de um servidor público.
Segundo apurado, apenas 30% do saibro contratado era efetivamente entregue, enquanto o restante era desviados ou sequer existiam, conforme constatação em diligências de campo. A licitação, com vigência de um ano, já havia sido executada em quase metade nos primeiros três meses, o que levantou suspeitas e motivou as investigações.
A segunda fase da operação trouxe a tona o envolvimento direto do vereador eleito, que participou de reuniões com os empresários investigados, inclusive no dia da homologação da licitação fraudulenta. Apurou-se que, nos meses de agosto e, principalmente, setembro de 2024, houve intensificação do desvio de saibro para propriedades particulares, com o intuito de financiar a campanha eleitoral do então candidato.
Conversas interceptadas revelaram que os materiais desviados tinham como finalidade o subsídio eleitoral. Em 23 de setembro, foi realizada nova reunião na residência do vereador com os membros do núcleo empresarial investigado, e, a partir daí, observou-se o aumento expressivo no desvio de saibro, às vésperas das eleições realizadas em 6 de outubro.
As investigações indicam a atuação de dois núcleos criminosos: um empresarial, responsável pela execução e movimentação financeira; e outro político-administrativo, supostamente liderado pelo vereador eleito, cuja posição política garantiria a continuidade dos desvios durante seu mandato.
Por conta desses elementos, representou-se perante à Justiça Eleitoral pela prisão preventiva dos empresários e do vereador envolvidos, assim como por busca e apreensão em seus endereços e nos endereços ocupados pelos laranjas. O Ministério Público se manifestou favoravelmente a todos os pedidos. O juiz eleitoral considerou não haver elementos para as prisões preventivas.
Assim, nesta quarta-feira foi dado cumprimento a sete mandados de busca e apreensão. Participaram da operação policiais das delegacias de Laguna, Garopaba, Imaruí e Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna.
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