Por Gustavo dos Santos De Lucca
Em 06/08/2015 às 11:30João acorda todos os dias às 07:30h, mas meia hora antes o café está pronto, o chuveiro programado para ligar na sua temperatura de preferência e a geladeira gerou uma lista de compras que foi enviada para a rede de supermercado entregar mais tarde. Ao entrar no carro, o veículo automaticamente mostra a melhor rota e lembra os compromissos do dia. É a Internet das Coisas (IoT, Internet of Things) ganhando forma, um mercado potencial para as companhias e para os consumidores.
O tema definido como uma conexão de rede, de pessoas e de coisas não é recente. Já se discutia sobre isso desde a década de 90. Mark Weiser, cientista da computação e visionário publicou em seu estudo intitulado “The Computer for the 21st Century”, em 1991, pela primeira vez o termo de computação ubíqua. Ele destacou, “ A computação ubíqua é a terceira onda da computação, que está apenas começando. Primeiro tivemos os mainframes compartilhados por várias pessoas. Estamos na era da Computação Pessoal com pessoas e máquinas estranhando umas às outras. A seguir vem a computação ubíqua a era da tecnologia ‘calma’, quando a tecnologia recua para o pano de fundo de nossas vidas. ” Um exemplo disso é a própria Internet, no começo existiam manuais de como utilizá-la, hoje não temos mais isso, é transparente, todo mundo “sabe” usar.
A CISCO, uma das empresas que vem trabalhando e IoT e já está chamado de outra forma o conceito, de IoE ou Internet de Todas as Coisas (Internet of Everything). Mas conceitos vão em vem. Em números do que estamos tratando? Hoje somos aproximadamente 5 bilhões de dispositivos conectados à Internet, e conforme a empresa, até 2020 seremos aproximadamente 50 bilhões. Imaginemos uma rede de supermercado inteligente, com identificação de objetos, gerando informações de localização em tempo real, originando 18 bytes de dados em um único objeto. Levando em conta a existência de 700 mil produtos em um único varejista, serão gerados 12,6MB de dados por segundo, 544GB a cada doze horas e 1,88TB a cada vinte e quatro horas.
Além disso, conforme afirma Michio Kaku, físico e escritor contemporâneo, “Talvez em 1 século, poderemos ser como deuses da Mitologia. Computadores silenciosamente lendo nossos pensamentos serão capazes de realizar desejos. Nós poderemos mover objetos apenas com a força da mente. Com o poder da nanotecnologia, poderemos pegar um objeto e transformá-lo em alguma coisa diferente. Embora coisas assim possas parecer inimaginavelmente avançadas, as sementes dessas tecnologias estão sendo plantadas nesse momento. É a ciência moderna e a tecnologia e não mágicas e encantos que nos darão esse tipo de poder. ”
Deixando o futurismo de lado, vamos para o agora, 2015. O que vem ocorrendo em IoT? Projetos de automatização de residências, automóveis que se comunicam para informar a respeito de um engarrafamento ou então de uma freada brusca. Tudo isso pode se tornar realidade em IoT. Tem-se o caso de Santander, cidade Espanhola, com o exemplo de Cidade conectada, a cidade conta com mais de 12 mil sensores que efetuam o mapeamento de vagas de estacionamento, sensoriamento de temperatura e luminosidade, tags em pontos turísticos, monitoramento e reconhecimento de veículos de transporte, Apps que notificam oficiais sobre reparos nas ruas, realidade aumentada, entre outros. A BMW, uma das empresas com iniciativas lançou uma App que transforma o caro em um sistema Web, podendo ser encontrado em um estacionamento, ou ainda com detalhes de reconhecimento do motorista. Isso sem contar os wearables (vestíveis) que estão tomando conta do mercado, como exemplo, um médico efetuando o monitoramento do paciente de forma remota por meio de dispositivos e sensores acoplados ao paciente.
Mas, em se tratando de tecnologia, deve-se ter alguns cuidados como Segurança, não permitindo que sistemas inteligentes de veículos, por exemplo, não sejam invadidos por hackers. Privacidade, quem realmente deve ter acesso aos meus dados de saúde, somente o meu médico, ou o hospital? Ou ainda o Banco sabendo meus dados de saúde, como ele me trataria? Mas, acredito que o principal problema a ser enfrentado quanto se trata de IoT, é a questão de infraestrutura.
Por isso, empresas já criaram alguns consórcios para desenvolvimento de novas tecnologias para IoT, a Intel, Dell e Samsung montaram o OIC – Open Interconnect Consortium em Julho/2014, e em Dezembro de 2013 foi montado a Allseen Alliance que conta com 51 empresas participantes, entre as quais estão LG, Panasonic, Qualcomm, D-Link e Microsoft. Os objetivos são similares, criar padrões de comunicações entre diversos dispositivos. Quem ganha são os consumidores que poderão ter acesso a dispositivos cada vez mais aprimorados.
O grande impacto está realmente na infraestrutura de Internet como está hoje, a migração de IPv4 para IPv6 está muito atrasada. A implantação do IPv6 é necessária para a continuação do crescimento e uso de tecnologias na Internet. É necessário desenvolver novos protocolos para evitar o gargalo. Deve-se desenvolver mecanismos e políticas eficientes relativas a gerenciamento, armazenamento e processamento de dados. Hoje estamos baseados em TCP/IP que nasceu em 1971. Claro, com suas atualizações no decorrer dos anos, mas o modelo em camadas desenvolvido a 4 décadas ainda está sendo utilizado. E você, “menino da TI”, está preparado para a migração? A sua empresa já está em IPv6? Seu provedor já migrou a infra dele? Estamos preparados para a IoT ou a IoE?
[Crédito da Imagem: Internet das Coisas – ShutterStock]
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Gustavo dos Santos De Lucca
Facilitador NTI
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