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Futebol, o barro e a matéria-prima

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Por Willi Backes

Em 07/10/2019 às 22:32 - Atualizada há NaN anos
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A analogia simples - transformação do barro e a produção no futebol - tem a pretensão de apenas comparar duas atividades, longe de serem similares, mas parecidas nos projetos e metas. 

A caça para alimentação e a terra modelada no barro, estão entre as primordiais atividades humanas. Há milhares de anos o barro é matéria prima em constante evolução,  e o emprego da tecnologia não impede o manejo ancestral. 

Com o barro tudo se cria, tudo se transforma, simbolizando a própria teoria da evolução, quando do aproveitamento da matéria prima natural. 

Imensos parques industriais com uso de tecnologia intitulada de ponta, procriam, entretanto, formatos rudimentares para extração e produção necessariamente sobrevivem no uso e usufruto. 

FUTEBOL, EVOLUÇÃO NA PRODUÇÃO

A prática do esporte futebol, como conhecemos, foi criada na Inglaterra em 1863, quando da formação colegial do Football Association. Em 1895, o paulistano Charles William Muller, estudante no velho continente, trouxe para o Brasil a primeira bola e regras estabelecidas. 

Antes, bem antes, está registrado na história que Astecas, Maias e Incas na América e também Asiáticos, já praticavam um esporte parecido com futebol e basquete juntos. Reproduções grafitadas daqueles tempos nos faz imaginar até que em vez de bola, havia cabeça inimiga rolando. Tudo em nome do “espírito competitivo”. 

O que já foi um agrupamento para confraternização desportiva, hoje é um imenso negócio, a indústria de transformação de recursos em lucros. Entretanto, como o barro, a prática e organização do futebol “raiz” é matéria prima essencial para o sucesso da indústria do futebol profissional.

FUTEBOL, INDÚSTRIA EMPRESARIAL

No mundo, o futebol é uma das práticas esportivas mais comuns, no Brasil é de longe a mais popular e simpatizante. Muito antes do advento da televisão, os estádios de futebol amadores e de clubes, viviam lotados, nas quartas feiras e nos domingos. Poucas emissoras de rádio AM e OC, jornais e panfletos nas esquinas, promoviam e esquentavam jogos, clássicos e derby´s. Os recursos para a manutenção dos clubes nas competições eram oriundos dos ingressos, bares nos estádios, contribuições de apaixonados, abastadas pessoas e diretores abnegados. E claro, as famosas rifas meio-quentes e meio-frias. 

Quando o Corinthians fez primeiro “merchandising” com a marca “Kalunga” no seu uniforme, foi uma revolução mercadológica na comunicação de massa. O Criciúma Esporte Clube seguiu modelo paulista e alternou na frente e verso do seu uniforme a divulgação de marcas das principais atividades econômicas e apoiadoras do clube, carvão e cerâmica. 

FUTEBOL, BEM-ME-QUER

Nos parece ser ato de submissão econômica e institucional, a afirmação de dirigentes esportivos dos ditos “os grandes”, dizendo que o futebol no Brasil é dependente do patrocínio da televisão. Aliás, o patrocínio para esses é realmente substancial, principalmente quando se percebe a absoluta incapacidade criativa dos mesmos para gerar outras formas de receitas. São esses mesmos dirigentes que de forma inescrupulosa pagam mensalmente a alguns praticantes de 100 mil a mais de 1 milhão de reais. Deveria valer o dito “do couro sai a correia”. Os estádios estão vazios de torcedores. Os sofás estão acolhendo os espectadores. Quanto menos nos estádios, mais a televisão ganha com seus patrocinadores e mensagens subliminares. Quanto aos ditos grandes clubes, estes não mais produzem o futebol na sua essência. Simplesmente compram e às vezes revendem. 

FUTEBOL, DOS PEQUENOS E MÉDIOS CLUBES

A estas entidades e organizações resta trabalhar com inteligência e criatividade já que os recursos são escassos, porém o futuro é promissor. Tem que saber trabalhar o barro para produzir originalidade. Lá na base, junto aos infantis, juvenis e juniores devem estar os melhores RHs, educadores vocacionais e jurídicos, orientadores para preparação e aptidão física e psíquica, treinados por quem sabe, viveu e patrocinou fatos esportivos relevantes na vida. 

O oleiro jamais competirá em igual condição com a indústria cerâmica, mesmo sendo o barro matéria prima para ambos. Porém, importante lembrar que o produto do oleiro é de fundamental importância para estruturação física das obras.

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