Por Willi Backes
Em 09/12/2024 às 11:23Moacir Fernandes, Ex-Presidente do Criciúma EC, afirmou reiteradas vezes quando das conquistas ou rebaixamentos do clube que presidia, que a Série B do Campeonato Brasileiro era “local” em que o Tigre deveria estar atuando. Segundo ele, a cidade de Criciúma não comportava e não poderia responder aos enormes investimentos econômicos decorrentes das exigências da Serie A do Campeonato Brasileiro de Futebol.
Há controvérsias. Aos fatos.
Santa Catarina nos períodos de 1989 a 1992, de 1998 a 2001 e agora em 2025, não teve e não terá representante na Série A do Brasileirão. Em contrapartida em 2014 teve três representantes (Criciúma/rebaixado, Chapecoense e Figueirense), em 2015 incrivelmente teve quatro clubes na Série A (Joinville, Figueirense, Chapecoense e Avaí).
Evidentemente que o tamanho populacional e econômico de uma cidade/região ajuda e muito para viabilidade da organização de um clube com atividades desportivas. Mas não basta. Primordialmente o que encaminha para o sucesso da entidade popular é a consistência do projeto esportivo e quem vai executá-lo.
2023 – ANO DOURADO DO CRICIÚMA EC
No ano de 2023, o Criciúma EC iniciou a temporada sendo Campeão do Campeonato Catarinense de Futebol, mais, na 3ª posição na Série B subiu para a Série A do Campeonato Brasileiro em 2024. De forma inédita, as cinco categorias de base Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-20 e Sub-21 conquistaram títulos de Campeões Estadual.
O Criciúma EC iniciou a temporada de 2024 arrasador. Conquistou a Recopa Catarinense 2023/24 e foi Campeão Estadual de Futebol Profissional.
Alicerçado nos “louros das vitórias”, em maio, o Criciúma EC iniciou participação no Campeonato Brasileiro de Futebol na Série A. As conquistas nas competições elencadas, tiveram no apoio popular regional um dos principais fatores impulsionadores para o sucesso.
A manutenção do projeto inicial vencedor – direção, comissão técnica e conjunto principal de jogadores – reforçado por algumas reposições técnicas, determinaram que no final do primeiro turno da Série A do Campeonato Brasileiro, o Criciúma EC conquistasse alvissareiros 24 pontos na tabela de classificação e despontasse na 13ª posição.
A SOBERBA E A IMODÉSTIA = REGRESSÃO
A 13ª posição na tabela no início do 2º turno da competição aparentemente sugeriu aos comandos da gestão administrativa e técnica que o que estava sendo realizado era hipersuficiente até a finalização e classificação na competição. Atos, fatos e palavras deixaram evidenciados o que era pensamento comum intramuros, contagiando o grupo de jogadores, o que ficou evidenciado nos inúmeros erros técnicos mais adiante cometidos individualmente. A síntese dos erros da direção, da comissão técnica e dos jogadores determinou perda de pontos fundamentais para uma possível e alcançável classificação.
Quando o regulamento da competição através da “janela de transferências” permitiu busca de reforços, a presidência do clube informou que havia recursos financeiros em caixa e que valores não seriam “gastos” apenas para contratar-por-contratar. No final do tempo da dita janela de contratação, aportaram no Criciúma EC sete contratações para compor o grupo, nenhum com peso técnico e físico para a titularidade. Com agravante, contratados por um profissional com saída anterior litigiosa com o clube e retorno pouco justificável.
Na virada do turno, na 13ª posição classificatória, estaria o Criciúma EC na competição em 2025 da Sul Americana. De dentro do clube foi ouvida a manifestação que o Criciúma EC objetivava “algo a mais”, ou seja, a preliminar da Taça Libertadores.
O Criciúma EC há mais de 2/3 anos, é vencedor nas suas categorias de base, inclusive do último estágio do Sub 20/21. O aproveitamento dos novos talentos foi e é quase inexistente, tendo apenas João Carlos/emprestado e Claudinho na lista dos profissionais. Claudinho é “acusado” de deficiência física há dois anos, nada se percebeu de melhora e reconsideração.
Com o sucesso fugaz, o Criciúma EC tratou de “blindar”, ou seja, colocar numa redoma e esconder o grupo de jogadores da mídia esportiva regional – sempre presente e animada para apoiar a entidade – privilegiando canais distantes.
Quando restavam poucas rodadas para finalizar a competição, quando as perspectivas futuras ainda que classificado naquele momento entre os que disputariam a Série A de 2025 eram sombrias, a direção do clube promoveu intensa campanha popular objetivando mobilizar a sua fanática e presente torcida e simpatizantes. Pura redundância.
Quando restavam 6/7 rodadas e até o final da competição o que se viu evidenciado foi a pouca mobilização do futebol do Criciúma EC, comissão técnica e jogadores. Afastamento de jogador importante nos jogos, escalações iniciais e substituições pouco racionais, incompreensíveis.
O Criciúma EC iniciou, jogou toda competição e finalizou a Série A sem que sua imensa torcida conheça a escalação titular e principalmente, qual foi o esquema tático treinado e praticado. Incrivelmente, além da indefinição da escalação titular, grupo de jogadores gélidos e desmotivados (?), o Criciúma EC descredenciou o seu uniforme esportivo número 1, grave erro institucional e mercadológico.
O Criciúma Esporte Clube mostrou inicialmente que era possível, muito possível. A lamentar profundamente que a soberba e autossuficiência da direção, comissão técnica e jogadores tenham suplantado a racionalidade.
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