A ética do cuidado e a importância da comunicação em saúde

Diante de tantas mudanças tecnológicas, há um novo paradigma que se consolida na questão da ética do cuidado. É a valorização dos vínculos e da relação de confiança estabelecida entre o profissional de saúde e o paciente.

Como você se sente após sair de uma consulta médica? 

A comunicação transparente e empática cria conexão com o paciente e seus familiares. Por outro lado, quando o cuidado em saúde não tem o paciente como protagonista, no centro de suas iniciativas é comum identificar a insatisfação com serviços recebidos, erros de avaliação por parte do profissional, dificuldades para aceitar e se adaptar à doença e até mesmo comportamentos inadequados na procura de assistência. 

Mas afinal, o que querem e precisam os usuários da saúde? Respeito a sua integridade física e moral.

Quando se atravessa o deserto da dor e as incertezas trazidas por notícias difíceis, o desejo é ser ouvido, ter mais tempo para fazer perguntas, expressar angústias, percepções. É o momento de receber acolhimento, orientações objetivas sobre exames e seus eventuais resultados e, principalmente, contar com o olhar sensível diante da situação e sobre o tratamento. 

Quem nunca foi paciente, certamente já teve um familiar querido, amigo ou conhecido em situação de vulnerabilidade. Dados divulgados pelo Welcome Open Research apontam que 27% de equívocos nas práticas médicas são resultados de ruídos e falhas na comunicação.

As experiências e pesquisas comprovam que a comunicação empática - este olhar mais humano e integral ao lugar sagrado do outro, melhora resultados clínicos, desde a adesão ao tratamento até a segurança do paciente.  

As habilidades de relacionamento podem ser treinadas e desenvolvidas. 

"Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos." Anaïs Nin