Por Roberta Mânica
Em 13/10/2023 às 18:53Todos nós compartilhamos uma experiência universal: a infância. Independentemente da origem, cultura ou condição, já fomos crianças. Essa perspectiva nos lembra da importância de reconhecer a humanidade comum que une todas as pessoas, independentemente de suas diferenças.
Para compreender a infância, precisamos ampliar o olhar e nos aprofundar sobre o tema. Há muitas referências e vertentes de pesquisa, mas escolhi pontuar brevemente pilares que considero fundamentais para os deveres e direitos da cidadania universal: o afeto, o respeito e o acolhimento.
Na Idade Média, as crianças eram vistas mais como "pequenos adultos" e a ideia da infância como uma fase distinta de vida se desenvolveu gradualmente. Essa perspectiva sociológica ressalta a influência das normas culturais e sociais na construção da infância. Philippe Ariès, em sua obra "História Social da Criança e da Família", destacou como a concepção de infância mudou ao longo da história. No Brasil, mais precisamente, este novo período começa a partir de 13 de julho de 1990 com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Diante dos avanços técnológicos e da dinâmica contemporânea, as mudanças exigem ainda mais atenção para importância do papel dos cuidadores na construção de uma base sólida para o desenvolvimento humano. Winnicott, pediatra e psicanalista britânico, é conhecido por sua visão sobre a infância como o pilar de desenvolvimento emocional, onde o cuidado materno e a criação de um ambiente de confiança são essenciais para o florescimento adequado em cada fase.
Os ambientes sociais que recebem as crianças, precisam ser seguros e acima de tudo, estar preparados para respeitar as diferenças, o tempo individual das interações e produzir sentido de pertencimento para o coletivo. Sob este viés, Maria Montessori focou seus estudos no desenvolvimento da autonomia e cognição das crianças. Montessori acreditava que as crianças são naturalmente curiosas e que o papel do adulto é motivar e estimular trocas significativas para que elas possam explorar e aprender.
O apoio emocional e o entendimento das necessidades das crianças é o caminho para um cenário saudável de saúde mental na adolescência e na fase adulta. Gabor Maté, psiquiatra e autor contemporâneo, contribui para a discussão da infância a partir de uma perspectiva mais psicológica e afetiva. Ele explora como experiências de infância, traumas e vínculos emocionais influenciam o comportamento por toda a vida.
Para encerrar a reflexão de hoje, deixo como sugestão o documentário "O Começo da Vida". O filme é uma celebração do potencial das crianças e uma lembrança de que as primeiras experiências na infância impactam o futuro.
"Olhamos para o mundo uma vez, na infância. O resto é memória." (Louise Glück)
Referências:
- Ariès, Philippe. "História Social da Criança e da Família." https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5525040/mod_resource/content/2/ARI%C3%88S.%20Hist%C3%B3ria%20social%20da%20crian%C3%A7a%20e%20da%20fam%C3%ADlia_text.pdf
- Obras de Maria Montessori sobre pedagogia infantil.
- Obras de Gabor Maté sobre saúde mental e infância.
- Lista completa das publicações de D. W. Winnicott: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24301999000200012
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