Sem Desconto

Presidente da Feapesc cobra justiça nas investigações do INSS: "A luta não se aposenta"

Iburici Fernandes garante que nenhuma associação de SC está envolvida nas fraudes

Por João Gabriel da Rocha

Em 14/05/2025 às 11:30
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Foto: Divulgação/Governo Federal

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vive um momento de investigações, após a Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos irregulares de mensalidades de associações em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto. A ação gerou a apreensão de milhares de segurados, principalmente após notificações enviadas pelo aplicativo “Meu INSS”, sem explicações claras para muitos dos atingidos.

Segundo o presidente da Federação das Associações de Aposentados de Santa Catarina (Feapesc), Iburici Fernandes, o momento é de cautela, e espera por decisões da Justiça e mobilização, para garantir a continuidade dos serviços prestados aos aposentados.

Fernandes destaca que está aguardando uma resposta concreta de Brasília, mas nada chegou oficialmente. “A Confederação Brasileira de Aposentados (COBAP) está buscando diálogo com a Controladoria-Geral da União (CGU). Entretanto, neste momento, a situação está nas mãos do Judiciário. Tentamos o caminho político, mas agora só a Justiça pode decidir”, explicou em entrevista ao jornalista João Paulo Messer, da Rádio Eldorado. 

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Segundo o presidente, o Estado de Santa Catarina se destaca pela seriedade e controle rígido na condução das associações. “Aqui, tudo que passava pela Federação era analisado antes de ser encaminhado. Mandamos excluir milhares de cadastros suspeitos ao longo dos anos. Por isso, não há nenhuma associação nossa envolvida entre as investigadas”, frisou.

O maior receio de Fernandes é com os aposentados que foram notificados por meio do aplicativo “Meu INSS”, e não sabem o que fazer. Ele orienta que os associados que receberam notificações respondam afirmando que conhecem a COBAP e a associação da qual fazem parte, pois isso evita que sejam confundidos com os envolvidos em fraudes.

Apesar da crise nos repasses e bloqueios temporários, Iburici garante que as associações seguem firmes. “Temos associações que estão buscando alternativas, como descontos por boleto ou no balcão. Algumas têm aluguéis garantidos para cobrir despesas. O importante agora é manter a sobrevivência das entidades que fazem um trabalho sério”, ressaltou.

Ele reforça que o benefício dos aposentados não será cortado por conta da associação, ou por problemas técnicos. “Se alguém está espalhando isso, é mentira. Ninguém vai ter o benefício suspenso só porque é sócio de uma associação”, afirmou o presidente, que fez um apelo por justiça e punição aos verdadeiros culpados. “Eu quero ver o camburão com essas pessoas que desviaram o dinheiro dos aposentados. Quem fez coisa errada, que pague. Nós vamos continuar firmes, porque a luta não se aposenta”, finalizou Fernandes.

Entenda

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, no dia 23 de abril, a Operação Sem Desconto, para combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.

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